Sociedade | 08-03-2023 18:00

Verba que VFX pediu à banca para construir estádio não chega para a despesa

Verba que VFX pediu à banca para construir estádio não chega para a despesa
Campo do Cevadeiro em Vila Franca de Xira já não reúne condições para receber jogos da Segunda Liga nacional

Presidente da Câmara de Vila Franca de Xira admite que a construção de um novo estádio precisa de nova reflexão. Isto depois da SAD ter manifestado intenção de sair da cidade.

A construção do futuro estádio de Vila Franca de Xira que permitiria dar melhores condições aos atletas que treinam no Campo do Cevadeiro vai continuar em banho-maria.
Depois da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) que gere o futebol profissional do Vilafranquense ter admitido, no final do ano passado, que quer sair da cidade - e dos sócios terem aprovado a venda do capital que o clube ainda detinha na SAD - o presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, veio agora confirmar que o processo de construção de um novo estádio terá de ser novamente alvo de reflexão profunda. “Estamos a aguardar para ver as possibilidades existentes. O empréstimo que pedimos para construir o estádio não foi utilizado e seja qual for a opção, tendo em conta a inflação, já não vai chegar para a intervenção”, avisou o autarca, na última reunião de câmara.
O município, recorde-se, pediu à banca, em Junho de 2021, um empréstimo de 2,65 milhões de euros para requalificar o estádio existente e dotá-lo de condições para acolher jogos da Segunda Liga de futebol profissional, onde milita o Vilafranquense. Mas o projecto foi sendo sucessivamente adiado e ainda não viu a luz do dia. A SAD, cansada de esperar por soluções e depois de andar mais de três anos a jogar em Rio Maior, anunciou querer sair de VFX.
O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, já tinha defendido que o novo estádio, a avançar, teria de ser uma estrutura partilhada por todas as colectividades que precisassem e não apenas o Vilafranquense. “Temos intenção de modernizar e construir um projecto adequado e abrangente do ponto de vista geográfico e desportivo que sirva todo o norte do concelho. É para as pessoas, para o concelho e para o desporto que estamos a trabalhar. Não é para uma SAD”, já tinha avisado o autarca. No último Verão, recorde-se, já tinha sido aprovada uma proposta de reprogramação temporal e financeira da empreitada referente ao Campo do Cevadeiro, que já previa que o processo de investimento nunca se iniciasse antes do final de 2023.

“Aqui não vamos ficar”
Recorde-se que, no final do ano passado, na última assembleia-geral do Vilafranquense, o líder da SAD, Henrique Sereno, anunciou a intenção de sair de Vila Franca de Xira. “A nossa intenção é só uma: queremos sair. Estamos a tentar sair a bem mas saímos a bem ou a mal. Aqui não vamos ficar. Tudo o que têm falado é muito bonito mas aqui não vamos ficar”, sintetizou o antigo internacional português aos sócios do clube, citado pelo diário desportivo Record.
Além da venda do capital do União Desportiva Vilafranquense na SAD, os sócios do clube - a braços com uma dívida superior a um milhão de euros e que foi novamente considerada impagável - aprovaram também o fim do clube e a criação de uma nova associação desportiva, herdeira do UDV, como O MIRANTE noticiou.

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