Sociedade | 15-03-2023 16:34

Bispo de Santarém diz ser “expectável” que padre condenado por abusos regresse às paróquias

Bispo de Santarém diz ser “expectável” que padre condenado por abusos regresse às paróquias

O bispo de Santarém diz que o padre condenado em 2015 por abuso sexual de duas menores “não se sentia bem” para ir celebrar missas depois de ter sido notícia que estava em funções. D. José Traquina garante que a decisão de “não aproximação” do padre implica uma “avaliação” e mostra-se disponível para ouvir os fiéis. Este é o primeiro excerto de uma entrevista que será publicada na íntegra na edição de O MIRANTE de 23 de Março.

O caso do padre António Júlio Santos, condenado em 2015 por abuso sexual de duas menores, tem agitado as comunidades das paróquias de Vale de Santarém, Póvoa da Isenta e Almoster. Aconselhou-o a recatar-se?
O que falei com ele foi para saber como está e informou-me, no passado sábado, que estava fragilizado e que não se sentia bem e nem seguro para ir celebrar às comunidades e que, portanto, ia pedir ao diácono Pedro para o substituir para as comunidades não ficarem sem celebração de domingo. Há uma pressão sobre ele e comunicou-me que não se ia aproximar das comunidades.

Foi transmitido na missa de domingo em Vale de Santarém e a O MIRANTE, por um membro da Comissão Diocesana de Protecção de Menores, que o padre se tinha afastado e que iria haver uma avaliação do seu processo de reintegração. Como está este processo?
Não digo que ele se afastou, digo que não se aproximou, como é expectável. Comunicou ao bispo que não se iria aproximar e, naturalmente, isso implica uma avaliação. Temos que conversar e ver o que se passa. Já estive com ele e encontra-se melhor, está estável.

Então os fiéis poderão contar com o padre António Júlio nas próximas missas de domingo?
Se se sentir bem é expectável que sim. Encontra-se estabilizado, reconfortado por muitas mensagens e comunicações que recebeu. Suponho que tudo está garantido para que possa aparecer.

Mas vai esta diocese tentar perceber qual a vontade dos fiéis em relação à permanência do padre nas paróquias?
O bispo deve ouvir toda a gente, não fujo a falar com as pessoas. E daquilo que posso transmitir, talvez seja bom dizer, é que este padre, que teve um problema de há dez anos, foi considerado pelo tribunal como uma pessoa recuperável. O tribunal exigiu exames periciais para chegar a essa conclusão e impôs as condições para essa recuperação. Não foi a Igreja que inventou, foi o tribunal que decidiu. E de tal modo era a exigência que quando se pôs a questão Roma analisou o processo e fez um despacho do tribunal administrativo, não obrigou a criar um tribunal canónico, acrescentando os cuidados em relação ao acompanhamento espiritual, à residência em comunidade e às tais avaliações porque não havia antecedentes criminais. Foi uma fragilidade circunstancial a um espaço de tempo. E estamos a cumprir a nossa missão que é fazer o que está previsto: acompanhar.

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