Sociedade | 20-03-2023 07:00

Aviários às portas de Vila Franca de Xira com via verde para serem reactivados

Aviários às portas de Vila Franca de Xira com via verde para serem reactivados

Processo de reabilitação dos quatro aviários, fechados desde 2014, está deferido desde o anterior mandato, soube-se agora. O MIRANTE já tinha noticiado em primeira mão o investimento previsto pelo grupo Valouro, no valor de 2,5 milhões de euros, para reactivar aviários na periferia de VFX. Moradores temem impactos da exploração.

Cinco meses depois da notícia de O MIRANTE o município de Vila Franca de Xira veio confirmar o que já se sabia: a reactivação da exploração dos quatro aviários situados no alto da zona de Santa Sofia, às portas da cidade, é mesmo para avançar. O pedido de emissão de alvará de obra para a recuperação dos aviários já chegou à mesa do presidente do município, Fernando Paulo Ferreira. O autarca explicou, em reunião de câmara, que o processo de reabilitação dos quatro aviários, fechados desde 2014, encontra-se instruído com pareceres da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e da Agência Portuguesa do Ambiente estando deferido desde o anterior mandato.
David Pato Ferreira, vereador da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), foi dos primeiros a mostrar a sua preocupação com a reactivação dos aviários e pediu a Fernando Paulo Ferreira que antes de emitir o alvará possa ouvir a empresa para perceber o que vai acontecer. O presidente do município prometeu marcar essa reunião.
Em causa, recorde-se, está o negócio do Grupo Valouro, já confirmado a O MIRANTE, para comprar os antigos pavilhões de Santa Sofia, em Vila Franca de Xira, onde em tempos funcionaram aviários. A empresa diz que poderá vir a criar até dez postos de trabalho. “Existe efectivamente a expectativa de aquisição de um núcleo avícola composto por quatro pavilhões, cuja construção remonta a meados da década de 80, e que, embora se tenham mantido em actividade até 2014, encontram-se actualmente em mau estado de conservação e tecnologicamente obsoletos”, referiu fonte oficial da empresa.
Dada a configuração topográfica do terreno em que se encontram os pavilhões a Valouro diz que não será possível a construção de nenhum pavilhão adicional mantendo-se a “viabilidade de requalificação dos pavilhões existentes, adequando-os às boas práticas em vigor e aos padrões de exigência higiossanitária e de bem-estar animal” empregues por aquele grupo empresarial em todas as suas instalações.
Reagindo a O MIRANTE sobre os receios dos moradores de VFX a Valouro considerou “não existir qualquer fundamento para preocupação” por parte dos moradores confinantes na medida em que ainda não existe previsão para o reinício da actividade no núcleo, o qual, a acontecer, “seria sempre antecedido de obras de requalificação para adaptação dos pavilhões às melhores técnicas disponíveis e ao cumprimento de todas as exigências de saúde, higiene e segurança”, explicava a empresa.

Adeus Óbidos, olá Vila Franca de Xira

A Valouro estima um investimento de 2,5 milhões de euros em Vila Franca de Xira pouco tempo depois de um outro conjunto de aviários na zona de Óbidos ter sido encerrados após uma longa batalha junto das entidades do ambiente por parte das Câmaras de Óbidos e Peniche e dos promotores de dois empreendimentos turísticos, incluindo o Marriott Golf & Beach Resort.
Essas entidades pediram a redução da produção devido aos impactos causados sobretudo excesso de moscas e melgas na zona e maus-cheiros provenientes das camas da criação de perus. Dado o contexto socio-económico vivido à época e enquadrado na estratégia produtiva do Grupo Valouro “o núcleo da Serra d’El-Rei foi desactivado no final do ano de 2009 por decisão do Conselho de Administração – e não da APA”, esclareceu na altura a empresa.

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