A Câmara de Mação aprovou, por unanimidade, atribuir um apoio mensal máximo até 2.500 euros (30 mil euros anuais) a cada médico de Medicina Geral e Familiar que se candidate para exercer a profissão a tempo inteiro no concelho. O valor será ajustado em relação a um médico que fique a tempo parcial. O incentivo poderá ser atribuído até ao prazo máximo de três anos, podendo ser renovado por igual período. Esta decisão surge devido à falta de médicos, depois de nas últimas semanas o coordenador do Centro de Saúde de Mação ter adoecido, levando ao seu afastamento.
Além disso, o médico Fernando Afoito aposentou-se a 1 de Março, por isso, o concelho passou a contar apenas com uma médica de família e entrou na lista de municípios que luta contra a falta de profissionais. O presidente do município, o social-democrata Vasco Estrela, já tinha demonstrado a sua preocupação em sessão de assembleia municipal. Voltou a fazê-lo novamente em sessão camarária.
Segundo Vasco Estrela, o incentivo proposto, de até 2.500 euros por mês, “servirá de complemento ao ordenado base” de cada um dos “dois a três” profissionais de saúde necessários e “vai de encontro à realidade de um concelho com 400 km2, mais de 100 localidades e uma população muito envelhecida”. A proposta está em consulta pública e cada cidadão pode dar sugestões durante 30 dias úteis. Após o final do período de consulta pública, o documento segue para discussão e votação em assembleia municipal.
O problema da falta de médicos não se limita ao Centro de Saúde de Mação, estendendo-se também às extensões de saúde de Amêndoa, Cardigos, Carvoeiro, Envendos, Ortiga e Penhascoso. Tendo em conta a dispersão do território e a distância de muitas localidades à sede do concelho, a autarquia pretende implementar um regulamento que defina as regras de atribuição de incentivos pecuniários pelo município à fixação de médicos. No projecto de regulamento em consulta pública podem candidatar-se aos incentivos previstos os médicos de Medicina Geral e Familiar que tenham disponibilidade para um horário de trabalho a tempo inteiro ou a tempo parcial e vínculo laboral de função pública estabelecido com o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Médio Tejo, integrado este na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), laborando na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Mação.