Ministro da Economia diz que Portugal "hostiliza" as grandes empresas
Para António Costa e Silva os motivos são ideológicos e baseiam-se na ideia de que o lucro é um pecado
O ministro da Economia e do Mar disse hoje que é preciso combater preconceitos relacionados com os lucros gerados pelas grandes empresas, sustentando que a economia de mercado é “absolutamente fulcral” para criar riqueza nas nações.
“Infelizmente vivemos num país que, por motivos ideológicos, continua a hostilizar as empresas, em particular as grandes empresas. Continua a considerar o lucro um pecado e nós temos que combater esses preconceitos”, disse o governante.
António Costa Silva falava durante a sessão de abertura do XI congresso da Associação Nacional da Indústria de Moldes. No seu discurso, o ministro da Economia falou nos desafios relacionados com a reconversão na indústria automóvel, que é o principal cliente da indústria dos moldes, afirmando que o Governo está a trabalhar para criar uma fileira industrial de baterias, desde a extracção do lítio, a sua refinação, a produção de células e componentes.
“Já conseguimos atrair um dos grandes construtores internacionais de baterias que vai desenvolver o seu projecto em Portugal”, anunciou.
Costa Silva defendeu ainda a necessidade de se mudar o paradigma de financiamento, que “está muito dependente do sistema bancário”, justificando que, muitas vezes, a banca comercial "não está disponível para apoiar os projectos das empresas a médio e longo prazo".
Nesse sentido, Costa Silva referiu que o Governo está a desenvolver todas as condições para que o Banco Português de Fomento (BPF) seja um “grande banco promocional do Estado português”, que tenha acesso ao mercado de garantias e ao mercado de “equities” do investEU e seja “um parceiro a tempo inteiro” das instituições europeias.
“A função do Estado é criar todas as condições para a capitalização funcionar, porque isso é um dos grandes óbices que tem obstaculizado ao desenvolvimento económico do país”, afirmou o governante, adiantando que o nível de capital por trabalhador, nas empresas portuguesas, é “dos mais baixos” da União Europeia.