O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), não aceita que a Santa Casa da Misericórdia de Benavente empurre para a autarquia qualquer responsabilidade pelo aumento das mensalidades aos utentes da instituição. O líder do município marcou essa posição em resposta ao vereador do PS, Joseph Azevedo, em reunião do executivo municipal.
Tal como O MIRANTE noticiou, os idosos do lar da Santa Casa da Misericórdia de Benavente foram obrigados a dar à instituição o apoio extraordinário pago pelo Governo aos pensionistas no final do ano passado e, além disso, foram confrontados com um aumento da mensalidade no início de 2023. O provedor da Misericórdia de Benavente, Norte Jacinto, justificou o aumento da comparticipação dos utentes com a subida dos custos da alimentação, da energia e da actualização salarial dos funcionários (55 euros).
O Provedor adiantou ainda que alertou o presidente da Câmara de Benavente para a situação difícil da instituição. Alguns familiares de utentes foram mesmo aconselhados a dirigirem-se aos serviços camarários e pedir ajuda para fazer face às despesas uma vez que há municípios, como é o caso de Cascais, que estão a dar esse apoio.
Carlos Coutinho reiterou que a Câmara de Benavente não tem qualquer competência nesta situação e que cabe ao Estado actualizar os valores dos acordos com as instituições. “Não aceitamos que as instituições coloquem em cima da autarquia responsabilidades. A Câmara de Cascais tem muitas receitas de imobiliário e podem dar esse apoio. Nem sabem o que fazer ao dinheiro. Isto não se coloca desta forma”, afirmou o autarca.