Pedidos de apoio de vítimas triplicaram em Torres Novas
Espaço M, a funcionar em Torres Novas, foi muito importante para dar resposta às vítimas de violência doméstica que tinham medo de pedir ajuda.
Zélia Espadinha e Sandra Lobo, dois rostos deste espaço, admitem que há um longo caminho a percorrer no combate a esta problemática ainda muito associada à desigualdade de género. Dizem que parte das vítimas regressa para os braços do agressor na esperança que este mude comportamentos, o que, alertam, não acontece.
Em jeito de conclusão, desde que entrou em funcionamento o Espaço M em Torres Novas no ano de 2020, a técnica de apoio à vítima na área do Direito, Sandra Lobo, refere que “as vítimas de violência doméstica nem sempre têm o apoio da família para deixarem o agressor” e que não são raras as vezes em que, no momento dessa decisão, “estão completamente sozinhas”, desamparadas e com receio do futuro. “São tomadas de decisão muito solitárias. Tivemos uma mãe que veio com a filha, vítima de violência doméstica, e nos disse que se ela levou tanta porrada na vida porque é que a filha não podia aguentar”, conta, lamentando que a violência doméstica continue a não ser olhada por toda a sociedade como um crime que tem de ser travado.