Paulo Queimado e Joaquim Garrido: tão inimigos que eram
Paulo Queimado e Joaquim José Garrido são hoje aliados na política e, aparentemente, nos negócios. Mas nem sempre foi assim: O MIRANTE recorda um episódio que saltou para a comunicação social onde a guerra surda entre os dois falava de facadas nas costas.
A visita da Polícia Judiciária (PJ) à Câmara Municipal da Chamusca, para conferir os contratos entre o município e uma empresa dos filhos do presidente da assembleia municipal, é só mais uma novela que envolve os dois políticos socialistas que agora andam aos “beijinhos”, mas já andaram “à cacetada” por razões que envolviam igualmente negócios, mas de forma diferente.
Numa notícia que pode ser conferida na edição de 23 de Outubro de 2014, O MIRANTE dava conta da divergência entre os dois, numa altura em que Joaquim José Garrido andava atrás do prejuízo. Por não ter trabalho na Câmara da Chamusca por ser adversário interno de Paulo Queimado. Na altura, como noticiámos, o candidato do PS à Câmara da Chamusca em 2009 e o actual presidente da autarquia e militante do mesmo partido, desentenderam-se com acusações públicas na rede social Facebook por causa de um depósito de água provisório, localizado a poucos metros da Igreja do Bonfim. Por trás da azia do ex-candidato e empresário de artes gráficas Joaquim Garrido, que publicou uma foto com o título “crime paisagístico”, poderia estar o facto de a câmara lhe ter tirado a impressão do boletim municipal, como admitiu o presidente do município, Paulo Queimado, em declarações a O MIRANTE.
Garrido não confirmou essa tese, limitando-se a dizer que não sabia de qualquer rescisão de contrato, apesar de viver na vila e de a nova publicação do boletim já ter saído. “Está a dar-me uma novidade”, disse, quando contactado pelo nosso jornal. Pouco tempo antes da publicação da foto do depósito, o presidente da câmara tinha estado com Joaquim Garrido no lançamento de um livro da editora deste. Garantiu que o empresário não lhe tocou no assunto do depósito nem lhe telefonou a pedir explicações. O certo é que o caso se deu na altura em que o quarto boletim saiu editado por outra tipografia. “Já tínhamos falado com ele sobre a qualidade da impressão e decidimos fazer uma consulta ao mercado contratando outra empresa, que garante melhor impressão e a preços mais baixos”, explicou Paulo Queimado.
“Não falaram comigo nem mandaram carta a rescindir contrato que era para impressão de seis edições”, disse por seu turno o empresário. “Supostamente somos amigos e fiquei chateado com a atitude” de Garrido em colocar o comentário na Internet, revelou o presidente da câmara, acrescentando que parecia ser “uma questão quase pessoal”.
Sobre a guerra iniciada no Facebook, Joaquim Garrido limitou-se a dizer a O MIRANTE que apenas deu a sua opinião e que considerava o assunto encerrado. Paulo Queimado realçou que “é estranho que uma pessoa que foi vereador, presidente da assembleia municipal e candidato não veja que o depósito é provisório e que visa garantir o abastecimento de água a parte da vila enquanto se faz a reparação de uma ruptura”.
A notícia acaba com um comentário de Paulo Queimado a dizer: “agora sei que as palmadinhas nas costas servem para sentir o sítio mais macio para espetar a faca quando eu menos esperar”.
O MIRANTE tentou obter esclarecimento junto da Câmara da Chamusca sobre a visita recente dos inspectores da PJ, mas Paulo Queimado não respondeu como vem sendo hábito. Espera-se que numa próxima assembleia municipal, Joaquim José Garrido compareça para ocupar o seu lugar de presidente do principal órgão fiscalizador do município e esclareça os eleitos se é verdade que tanto ele como o seu camarada Queimado tiveram a PJ em casa e na autarquia por causa dos negócios.