Sociedade | 26-03-2023 10:00

Cruz Vermelha do Porto Alto precisa de voluntários para apoio social

Cruz Vermelha do Porto Alto precisa de voluntários para apoio social
O socorrista da Cruz Vermalha António Narciso (ao centro) com os voluntários Vítor Lameira e João Vítor

Muitas pessoas desconhecem que a Cruz Vermelha Portuguesa tem um pólo a funcionar desde 2021 no Porto Alto. O apoio social que prestam tem de ser discreto, mas agora são precisos voluntários.

O pólo da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) do Porto Alto está a precisar urgentemente de voluntários para o apoio social. A funcionar há dois anos, o espaço depende da delegação de Alenquer, num trabalho conjunto entre os municípios de Benavente e Alenquer. Em 2022 a CVP apoiou 57 famílias em Benavente, 31 das quais eram refugiadas. Entre Benavente e Alenquer foram apoiadas 120 famílias, o que dá cerca de 480 pessoas, incluindo crianças e idosos, pois trata-se quase sempre de famílias numerosas.
Por causa da falta de voluntários a instituição recorre aos escuteiros, escolas e à comunidade para ajudar. Todos os voluntários recebem formação. Da última acção só ficaram duas pessoas e agora a CVP precisa de muito mais gente. “O apoio social é melindroso e mexe com a dignidade das pessoas. Eu sou discreto nas entregas dos cabazes. Ninguém tem de saber a situação frágil das famílias. Por causa disso muitos ainda não sabem que estamos no concelho de Benavente. Mas garanto que trabalho social não falta”, diz António Narciso, 56 anos, socorrista da Cruz Vermelha há 11 anos e morador no Porto Alto.
Através do pólo do Porto Alto são entregues cabazes de emergência alimentar a todos os que são sinalizados pela rede social. Os voluntários da instituição preparam os cabazes alimentares que seguem para entrega. A CVP tem três armazéns no Porto Alto. Dois estão no pólo, com roupa e alimentos, e o maior está mais deslocado e alberga móveis, colchões e produtos de limpeza.
O objectivo é concentrar tudo no pólo principal e para isso a instituição conta com a ajuda da Câmara Municipal de Benavente, para construir um armazém maior. António Narciso é quem faz a maior parte das vezes a distribuição dos cabazes alimentares às famílias dos dois concelhos. Leva o próprio carro porque o pólo não tem uma viatura para o efeito. O cabaz tem carne e peixe porque existem casos de pessoas que não comem há dois e três dias.
“A realidade é dura: é entregar um cabaz e um menino de seis anos dizer à irmã de quatro para agradecer a comida. São os idosos que trabalharam a vida toda e que agora não têm nada, ou a mãe sem dinheiro para comprar leite para o filho”, conta António Narciso. Ninguém sinalizado fica sem resposta. Em 24 horas o pedido é entregue pela instituição. Através de uma plataforma digital as quantidades de alimentos entre delegações é contabilizada, o que permite, em caso de falta, recorrer a outros pólos da CVP. Para além das doações, a instituição faz recolha de alimentos nos supermercados no Porto Alto.
A ajudar na composição e distribuição dos cabazes alimentares está Vítor Lameira, 61 anos, morador no Porto Alto e funcionário da Câmara de Benavente. Já foi voluntário noutras instituições e como já passou por dificuldades resolveu ajudar a CVP em horário pós-laboral ou aos fins-de-semana. Também João Vítor, 66 anos, reformado, distribui ajuda às famílias, que são cada vez em maior número.

Centro logístico da Cruz Vermelha é em Santo Estêvão

No município de Benavente a CVP tem a sua plataforma logística e o Centro de Formação de Lisboa e Vale do Tejo situados na freguesia de Santo Estêvão. Em caso de calamidade a ajuda é gerida pela coordenação nacional de emergência através deste local. O centro está preparado para situações urgentes uma vez que tem equipamento próprio armazenado, e pronto a dar resposta num primeiro impacto. “Estamos numa zona complicada, com uma falha sísmica. Estamos preparados para o primeiro impacto numa situação destas. As pessoas nem pensam nisso”, conta o socorrista.

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