Sociedade | 26-03-2023 21:00

Falta de mão-de-obra atrasa obras no antigo Externato Rainha Santa Isabel

Município do Sardoal aprovou prorrogação graciosa do prazo por 45 dias para terminar empreitada. Vereadores da oposição duvidam do cumprimento dos prazos. Espaço vai albergar a biblioteca municipal da vila.

As obras de reabilitação do antigo Externato Rainha Santa Isabel, para instalação da Biblioteca Municipal do Sardoal, derraparam no tempo por falta de mão-de-obra. O município aprovou, por maioria, em sessão camarária, uma prorrogação graciosa do prazo por 45 dias. As obras tiveram início em Março de 2022 e tinham a duração prevista de um ano mas apenas 28% da obra está concretizada. A minuta do contrato e adjudicação da obra, que é comparticipada por fundos comunitários, foi aprovada a 21 de Julho de 2021 pelo valor de 886.961 euros mais IVA.
Apesar de ter aprovado a prorrogação do prazo, o presidente da Câmara do Sardoal, Miguel Borges (PSD), vincou o seu desagrado com a situação. “Estas situações desagradam-me imenso. Desagrada a qualquer um de nós. Tirando algumas excepções, receio que a Covid-19 e a guerra na Ucrânia agora sirvam para muita coisa”, criticou garantindo que estava a ser feito um acompanhamento rigoroso da empreitada.
O vereador da oposição, Pedro Lobato Duque (PS), que votou contra, relembrou que a preocupação com o cumprimento dos prazos da empreitada já tinha sido discutida em reunião de câmara anterior. “Há prazos comunitários que têm que ser cumpridos e a obra tem que ser obrigatoriamente executada até final deste ano, prazo limite para a comparticipação financeira”, disse o autarca, referindo ter dúvidas que a empresa consiga executar a obra dentro dos prazos estipulados.
Miguel Borges garantiu que, no âmbito dos autos de medição, o pagamento realizou-se na proporcionalidade dos 28% executados, mas financeiramente reconheceu que não há mais margem, demonstrando a mesma preocupação do vereador socialista. O autarca social-democrata garantiu, no entanto, que vão conseguir e sublinhou existirem cláusulas contratuais de incumprimento que podem accionar. “É verdade que existe falta de mão-de-obra mas também é verdade que poderia ter existido mais pro-actividade”, critica.

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