O funcionamento da área de serviço para autocaravanas no Parque de Mercados e Feiras, em Coruche, e do Parque de Vila Nova da Erra vai sofrer alterações. A gestão de reservas e os pagamentos vão passar a ser geridos pela Federação de Campismo, através de uma plataforma digital, que depois fica com 15% do valor das reservas e transfere o restante para o município.

A Câmara de Coruche vai poder aceder a essa plataforma informática para saber o número de autocaravanistas que usam os dois parques e consultar as verbas recebidas. O acordo de cooperação para a implementação da rede de apoio ao autocaravanismo no Alentejo/Ribatejo foi aprovado por unanimidade em reunião do executivo municipal.

Para evitar os abusos registados por alguns autocaravanistas, no que diz respeito ao tempo de permanência nos parques, vão ser instaladas barreiras físicas que são accionadas através de software. O programa informático custa 2.500 euros e vai ser adquirido pela Câmara de Coruche. Se as autocaravanas excederem o limite de 72 horas de permanência nos parques as barreiras são accionadas e o autocaravanista paga o tempo a mais que estiver no espaço. Também foi aprovada por unanimidade o aumento da tarifa a pagar nos parques.

Os autocaravanistas vão passar a pagar cinco euros diários com luz e água incluídos. Actualmente a área de serviço no Parque de Mercados e Feiras, em Coruche, tem capacidade para 40 autocaravanas e a área de serviço da Erra pode acolher até 14 autocaravanas. “A possível rejeição a este controlo por parte dos autocaravanistas tem a ver com o próprio espírito de liberdade inerente à actividade. Mas espero que sejam respeitados os tempos de permanência nos dois parques”, afirmou o presidente do município de Coruche, Francisco Oliveira.

Em sessão da assembleia municipal o presidente da Câmara de Coruche tinha remetido para Abril um novo regulamento visando tornar o parque de Coruche mais seguro. A questão foi levantada pelo eleito da bancada da CDU, Armando Rodrigues. O autarca denunciou que o regulamento aprovado em 2021 não é aplicado e que o parque funciona “em roda livre”, para além da falta de fiscalização. Francisco Oliveira admitiu o problema mas relembrou o contributo do autocaravanismo para a economia local. “É verdade que utilizam água e luz do município, mas são clientes dos restaurantes, dos cabeleireiros e de um conjunto de lojas”, sublinhou.