Autarca de Azambuja vai propor ao ministro da Saúde a criação de USF com gestão privada
O PSD lançou o repto e o presidente da Câmara de Azambuja aceitou levar a proposta a Manuel Pizarro, como medida para aumentar o acesso da população a cuidados de saúde primários. No concelho apenas 18% dos utentes tem médico de família.
O presidente da Câmara de Azambuja, o socialista Silvino Lúcio, disse na última reunião do executivo municipal que vai interpelar o Ministro da Saúde sobre a possibilidade de se implementar no centro de saúde local uma Unidade de Saúde Familiar tipo C, de gestão privada, para aumentar o acesso da população a cuidados de saúde primários. Actualmente, apenas 18% dos utentes do concelho têm médico de família atribuído.
“É uma possibilidade que pode existir. Vamos ver a receptividade que o ministério tem”, reforçou o autarca em resposta ao desafio lançado pelo vereador do PSD, Rui Corça, que argumentou que já se provou que o modelo de gestão privada funciona nos hospitais, dando como exemplo a extinta parceria público privada (PPP) no Hospital de Vila Franca de Xira, e que, por isso, a medida pode ser experimentada num centro de saúde. “Está previsto na lei é só uma questão de haver vontade de implementar”, reiterou o social-democrata.
Em Janeiro deste ano, recorde-se, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, admitiu que as USF de modelo C poderão vir a avançar na Região de Lisboa e Vale do Tejo, acrescentando que a hipótese “faz parte de um quadro de medidas que estão a ser estudadas do ponto de vista técnico”. Esta medida tem sido um tema fracturante com o Bloco de Esquerda a considerar que são uma “privatização” dos cuidados primários de saúde e com a Iniciativa Liberal, o Chega e o PSD a defenderem a sua implementação.
Fim da PPP no Hospital de VFX causou “deterioração do serviço”
O funcionamento do Hospital de Vila Franca de Xira voltou a ser assunto na reunião de câmara com o PSD e o PS a concordarem que houve uma diminuição da qualidade desde que a gestão privada da José de Mello saiu da unidade, com o fim da PPP. Rui Corça afirmou que “o que se verifica é uma deterioração completa do serviço” após a extinção da PPP, classificada pelo social-democrata como uma “cólica ideológica” do PS, que fazia com que a unidade apresentasse “elevadíssimos níveis de qualidade”.
“Não posso estar mais em concordância, não tenho que enfiar a cabeça na areia e pensar como os outros pensam”, disse em resposta o socialista Silvino Lúcio, acrescentando que “era um exemplo que estava a dar frutos” e que assegurava “um bom serviço à população”.