O Chalana de Almeirim que já deu autógrafos pelo antigo craque do Benfica
As parecenças de João Francisco Rosa com o antigo jogador do Benfica Fernando Chalana, falecido em 2022, são tantas que há quem duvide da notícia de que o craque da bola tenha morrido.
O trabalhador rural de Almeirim é conhecido na cidade pelo nome do futebolista e poucos sabem o seu nome verdadeiro. Chegou a encontrar Fernando Chalana numa festa e o jogador ficou tão impressionado com as semelhanças entre ambos que quis tirar uma foto com o sósia. Já deu autógrafos e não valia a pena dizer que não era o jogador porque não acreditavam. Hoje veste a camisola do clube do seu ídolo enquanto elemento da equipa de walking football da Fundação Benfica.
“Boa tarde Chalana”… O cumprimento vai para João Francisco Rosa, instalado ao balcão da cafetaria da mercearia que costuma frequentar em frente ao crematório e pavilhão municipal de Almeirim. Pouca gente conhece o nome que os pais lhe deram no registo quando nasceu na Quinta da Alorna há 63 anos, onde se fez homem, onde ainda viver, onde as suas semelhanças com o antigo craque do Benfica já são tão naturais como a paisagem dos campos agrícolas onde trabalha. As conversas ao balcão não raras vezes deslizam para o campo das semelhanças físicas entre o futebolista já falecido e o trabalhador rural, e lá vem mais uma história de uma tarde em que João fez de Fernando e deu autógrafos. E não valia a pena dizer que não era o Chalana verdadeiro, porque quem estava à sua frente não acreditava.
Ainda hoje o Chalana de Almeirim, que chegou a encontrar-se com o seu ídolo, com quem tirou uma foto, chega a confundir as pessoas. Apesar de Fernando Chalana ter morrido há quase oito meses, quem vê João numa rua fora de Almeirim ou comenta: “ouvi dizer que tinha morrido, mas afinal era mentira”, ou fica baralhado e só ao fim de uns minutos percebe que se trata de um sósia do futebolista, da mesma geração e quase da mesma idade. Na juventude João Rosa chegou a jogar futebol de 11 e de 7 e tinha a mesma posição que o Chalana, mas não alcançou o patamar dos grandes clubes, até que há pouco tempo passou a integrar a equipa de Walking Football da Fundação Benfica.
O Chalana de Almeirim foi em Setembro do ano passado à Alemanha em representação do Benfica a um torneio com clubes internacionais. Nunca tinha andado de avião e ficou maravilhado com a visita ao estádio do Bayern de Munique. “São coisas como estas que marcam a vida de um homem”, salienta.
Quando estava no Exército, no serviço de correspondência no quartel-general em Lisboa, integrou a selecção militar de Lisboa como jogador e já era chamado de Chalana. Na altura não era permitido usar bigode, mas João Rosa podia usar por ser jogador. Em várias vezes que ia a excursões, sobretudo à Nazaré, era abordado para dar autógrafos o que fazia como se fosse o verdadeiro Chalana. Em jeito de brincadeira quando alguém lhe liga para o telemóvel e não conhece o número identifica-se como Fernando Albino Chalana. Quando conheceu o craque, numa festa da Casa do Benfica do Ribatejo, o jogador ficou tão admirado por ter um sósia que quis tirar uma foto com o trabalhador da Alorna, que diz ter a categoria de ‘faz tudo’ e de não ser preciso alguém o mandar trabalhar porque está sempre à procura de coisas para fazer.
João Rosa sabe quase tudo sobre o craque com quem é parecido e de quem é um fã desde miúdo, dizendo que o número 10 esteve nos momentos marcantes da vida do jogador nascido no Barreiro. “Nasceu no dia 10 (de Fevereiro de 1959), jogou com o número 10 no Benfica e morreu no dia 10 (de Agosto de 2022)”, diz, mostrando um cachecol vermelho e branco com o nome Chalana que, realça, nem o Benfica tem. E para concluir a conversa diz que às vezes lhe perguntam: “Mas afinal está vivo?” ao que responde que é irmão do Chalana.