Sociedade | 05-04-2023 07:00

Autarcas não querem comboio de alta velocidade a passar junto a habitações em Vila Nova da Rainha

Construção de um viaduto para a futura Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa a 50 metros de uma zona residencial onde moram duas centenas de pessoas não agrada ao executivo da Câmara de Azambuja nem ao presidente da Junta de Vila Nova da Rainha.

O executivo da Câmara de Azambuja e o presidente da Junta de Vila Nova da Rainha estão preocupados com o traçado da linha de alta velocidade no concelho, que implica a construção de um viaduto para a circulação ferroviária a 50 metros de habitações. Os autarcas ficaram a conhecer o projecto numa reunião com a Infraestruturas de Portugal na sexta-feira, 24 de Março, na qual manifestaram a sua apreensão.
“A alta velocidade vai ter impactos significativos no concelho, nomeadamente em Vila Nova da Rainha onde um viaduto vai ficar a 50 metros das casas. Manifestamos a nossa preocupação e quando for a discussão pública vamos participar activamente”, disse a O MIRANTE o presidente do município, Silvino Lúcio, à margem da cerimónia do lançamento da primeira pedra do complexo social e de saúde da Cerci Flor da Vida que se realizou no dia seguinte.
Segundo explicou o autarca socialista, em causa está uma conduta da EPAL que obrigou os projectistas a terem que aproximar o viaduto ferroviário de uma zona habitacional na freguesia de Vila Nova da Rainha. No entanto, acrescentou, ao que parece essa captação de água da EPAL está desactivada e, se assim for, a câmara municipal vai insistir para que as linhas sejam “empurradas mais para o lado do Carregado, afastadas de casas”.
O presidente da Junta de Vila Nova da Rainha, Bruno Borda d’Água, considera que “colocar um viaduto a 50 metros de habitações onde vivem cerca de 200 pessoas” é um erro tremendo que trará “impactos negativos” tanto a nível visual como de qualidade de vida. “A 50 metros não há barreiras sonoras que sustentem o impacto”, sustentou, garantindo que vai mover esforços junto das entidades e envolvendo a população para tentar fazer com que seja equacionada uma alteração ao projecto que afaste o viaduto das habitações em pelo menos 300 metros.
Também os vereadores do PSD e do Chega na Câmara de Azambuja, Rui Corça e Inês Louro, respectivamente, afirmaram em declarações a O MIRANTE que estão muito preocupados com o viaduto. “Tem que se arranjar uma solução porque é completamente inviável ter um viaduto com uma altura de um prédio de três andares, onde vai passar um comboio a 200Km/h, junto às casas das pessoas. Tem impacto visual mas também sonoro e de vibrações”, sublinhou o social-democrata.
Além da preocupação com a população da freguesia mais a sul do concelho, Inês Louro, lamentou ainda que o Governo não tenha tido “proactividade” para incentivar as empresas da zona logística do concelho de Azambuja a ligarem-se à ferrovia uma vez que as vias vão ser requalificadas. A vereadora do Chega criticou também o facto de não ter sido equacionada a paragem da alta velocidade em Santarém uma vez que pode vir a nascer nesse concelho o novo aeroporto e ao invés disso optar-se por três paragens muito próximas a norte (Aveiro, Vila Nova de Gaia e Porto) sem nenhuma entre Lisboa e Leiria.

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