Sociedade | 08-04-2023 07:00

Utentes em semana de luta pelas acessibilidades no distrito de Santarém

Na base do protesto estão problemas com que os utentes se confrontam nas estradas nacionais 118, 119, 3, 114, 357 e 238, no IC 2 e em estradas municipais em cada um dos concelhos deste território

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos do Distrito de Santarém vai realizar, na próxima semana, uma série de acções em defesa de “melhores acessibilidades e transportes/mobilidade” na região. Na base do protesto estão “inúmeros problemas com que os utentes se confrontam”, nomeadamente nas estradas nacionais 118, 119, 3, 114, 357 e 238, no Itinerário Complementar 2 e em estradas municipais em cada um dos concelhos deste território, afirma o MUSP do distrito de Santarém em comunicado.

“Também são sobejamente conhecidas as dificuldades de travessia do Tejo e Sorraia, nomeadamente em Muge, Chamusca/Golegã, Constância, Coruche”, indica, acrescentando aos motivos do protesto “a injusta cobrança de portagens, em zonas desfavorecidas ou na ligação às mesmas, ou em que as ligações alternativas são inexistentes, como nos casos da A23, da A13, da A15 e da A10 [autoestradas]”.

Por outro lado, o movimento aponta falhas nos transportes rodoviários de passageiros, com “insuficiência da rede de carreiras que garanta a cobertura eficaz do território”, seja na ligação entre as cidades e as zonas rurais, seja entre o transporte rodoviário e o transporte ferroviário ou ainda “no funcionamento dos transportes urbanos, em todos os dias da semana e em todo o ano”.

“Numa perspetiva de lucro máximo, custo mínimo, os operadores rodoviários em atividade nos diversos concelhos do distrito de Santarém não fazem investimento no material circulante, impondo sacrifícios aos utentes, sujeitos a autocarros sem conforto, com deficiente manutenção em boa parte dos casos, sem condições para quem tem mobilidade reduzida e nada amigos do ambiente”, acrescenta.

O MUSP aponta ainda deficiências no transporte ferroviário, lembrando que o distrito de Santarém é atravessado por cinco linhas ferroviárias (Norte, Tomar, Leste, Beira Baixa e Vendas Novas), “o que possibilitaria que o comboio fosse um meio de transporte de passageiros estruturante neste território, não fora a falta de investimento para modernizar as infraestruturas e o material circulante”.

“É precisa uma maior cadência de horários, estações e apeadeiros modernizados, traçados corrigidos para aumentar a velocidade dos comboios, novo material circulante”, reivindica.

Em concreto, o movimento apela à modernização e eletrificação da Linha do Leste, na ligação até à fronteira com Badajoz, e à reposição do serviço de passageiros na Linha de Vendas Novas, até ao Setil, na ligação à Linha do Norte, com a natureza de serviço público.

A “semana de luta por melhores acessibilidades e transportes” arranca na segunda-feira, dia 10, na Estação do Entroncamento, numa ação pela requalificação da estação ferroviária e pela melhoria das ligações ferroviárias e rodoviárias naquele concelho.

No dia seguinte, em Tomar, será divulgado um documento sobre a “abolição de portagens na A13” e irá realizar-se uma reunião com o Agrupamento de Centros de Saúde do Médio Tejo “sobre acessibilidades e mobilidade entre unidades de saúde e outros locais de prestação de cuidados”, descreve a nota.

A ação do dia 12 vai realizar-se em Rossio ao Sul do Tejo, Abrantes, focando a degradação da área envolvente da estação e a falta de ligações rodoviárias com aquela estrutura ferroviária.

Para o dia 13 está agendado um “buzinão” em cinco pontos da Estrada Nacional 118 (em Benavente, Salvaterra de Magos, Almeirim, Alpiarça e Abrantes) “para exigir a requalificação daquela via da margem sul do Tejo”.

Torres Novas e Santarém são as cidades escolhidas para os protestos agendados para o dia 14, com distribuição de comunicados aos automobilistas, alusivos ao mau estado do piso nas vias torrejanas, e aos utentes dos transportes rodoviários escalabitanos.

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