Sociedade | 10-04-2023 18:00

Recolha de cadáveres de animais em VFX aumentou 70% em dois meses

Recolha de cadáveres de animais em VFX aumentou 70% em dois meses

A quantidade de cadáveres de animais recolhidos pelos serviços do canil municipal de Vila Franca de Xira, e também os que foram entregues por clínicas veterinárias para incineração, cresceu substancialmente. Problemas económicos podem ajudar a explicar o fenómeno.

Em apenas dois meses os serviços do canil municipal de Vila Franca de Xira, também chamado Centro de Recolha Oficial (CRO), recolheram 31 cadáveres de animais da via pública, em resultado de atropelamentos, ferimentos e doenças, um valor 70% mais elevado que no período anterior. As contas foram feitas pelo partido Pessoas, Animais e Natureza (PAN), com base em dados que constam da informação avançada este mês aos eleitos da assembleia municipal pelo executivo da câmara, onde consta também a indicação de que foram entregues no CRO um total de 191 quilos de animais mortos, provenientes de clínicas veterinárias e famílias, incluindo mortes por causas naturais e eutanásias.
A situação, considera Nelson Simões Batista, eleito do PAN, é muito preocupante. “Estes números mostram que Vila Franca de Xira está a enfrentar um problema significativo na saúde e bem-estar dos animais. Pode ser um evento pontual mas também pode ser um reflexo de um problema económico das famílias”, alertou o eleito. O PAN pede uma resposta urgente para a situação e alerta ser necessário aumentar o número de pessoas ao serviço no CRO. “Está sobrelotado e isso implica mais limpeza e desinfecção das boxes, logo é importante que a equipa não esteja sempre no limite da sua capacidade”, criticou.
O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, desvalorizou a situação, dizendo ser positivo o aumento no número de cadáveres recolhidos. “São as pessoas que entregam voluntariamente os animais no CRO, como o devem fazer, ao invés de os enterrar ou abandonar. Esse é o caminho civilizacional que queremos percorrer”, defendeu. Já sobre a falta de recursos humanos, o autarca confirmou as limitações, lembrando que as necessidades de pessoal não se verificam apenas no CRO.
O CRO capturou, recolheu e alojou nos dois últimos meses do ano 19 cães e 17 gatos errantes em todo o concelho e realizou dois sequestros sanitários de animais de companhia por agressão a pessoas e outros animais. Foram adoptados 11 cães e oito gatos, aplicadas 112 vacinas e instalados 50 microchips. Surgiram 25 novas colónias de gatos errantes com cuidadores indicados pelo município, sendo hoje 328 espalhadas por todo o concelho. Deram também entrada cinco queixas e reclamações relacionadas com insalubridade e ruído animal, alimentação de animais errantes na via pública e excesso de animais em alguns locais.
Os números revelam ainda que foram feitas quatro vistorias conjuntas entre os serviços de veterinária do município e o Agrupamento de Centros de Saúde, PSP e GNR a várias habitações no âmbito de processos de queixa relacionados com, sobretudo, as más condições de alojamento dos animais, em situações insalubres e de maus-tratos e ainda o excesso de animais em apartamentos.

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