Sociedade | 11-04-2023 12:00

Escola Básica de Vialonga vai de mal a pior

Escola Básica de Vialonga vai de mal a pior
Pais, professores e alunos voltaram a manifestar o seu desagrado com a falta de obras na escola de Vialonga

Agora até já chove dentro dos contentores provisórios da Escola Básica de Vialonga e os pais e professores dizem que se atingiu o limite da tolerância. Exigem que as obras, faladas há mais de quinze anos, saiam do papel. Protesto à porta da escola reuniu várias dezenas no último fim-de-semana.

Salas de estudo em quantidade insuficiente, casas-de-banho com loiças partidas e sem portas que dêem privacidade, rede de internet fraca demais para as necessidades e contentores provisórios onde já chove no interior são alguns dos problemas que se sentem na Escola Básica de Vialonga. Isto além da degradação de todo o espaço. Uma escola onde, dizem os pais, “parece que rebentou uma bomba”, pelo menos a julgar pelos 76 vidros e estores partidos que um recente levantamento identificou. “Havia alunos a ter aulas com as luzes acesas de dia porque os estores já nem levantavam há meses”, lamenta Sara Amaral, presidente da associação de pais a O MIRANTE.
A escola foi inaugurada em 1989 com capacidade para 600 alunos mas o número foi aumentando até aos actuais 1.097, incluindo turmas que já frequentam o 12º ano. “Temos insistido na urgência das obras e pedido esclarecimentos mas a resposta é sempre a mesma: ninguém sabe quando avançam. Estamos muito preocupados, a escola está cada vez mais degradada, não existem condições e no Inverno é o descalabro”, lamenta Sara Amaral.
Os pais lembram que a escola está inserida no Programa de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), num território económica e socialmente desfavorecido e marcado pela pobreza e exclusão social, onde o mau estado da escola não ajuda. “A escola estar neste estado leva a maior violência nos recreios e convida ao vandalismo. Vamos cuidar do quê se a escola está toda partida? Sentimo-nos enganados e excluídos. Existe um desinteresse na freguesia de Vialonga. Ficamos sempre para último”, lamenta Sara Amaral.

Escola tem nova direcção
Madalena Cordeiro é a nova directora da escola, eleita no início deste ano, e quer acreditar que é desta que a escola vai ter obras. “A dimensão dos problemas é tão elevada que podemos tratar os problemas mais pequenos como os vidros e estores mas os problemas de fundo continuam por resolver. Não encontro justificação para continuarmos nesta situação. É necessário o aumento de salas e a renovação de todo o espaço. Não conseguimos dar a resposta que desejaríamos”, lamenta a O MIRANTE.
A dirigente acredita que quando as obras avançarem serão encontradas soluções transitórias para permitir que os alunos se mantenham dentro da escola. “Não está prevista, a esta data, a transferência de alunos para outros espaços. Será uma obra faseada e isso permitirá que uns blocos estejam em obra enquanto outros estejam em espaços transitórios”, explica.
A empreitada de requalificação e ampliação da escola de Vialonga integra a lista das 13 obras prioritárias a nível nacional na área da Educação mas continua sem se saber, em concreto, quando é que passa a ser uma realidade em vez de uma promessa. “O Governo está a avaliar como financiar a obra para que ela aconteça. A câmara já manifestou, como é hábito, disponibilidade para, no âmbito de um acordo quadro a ser firmado, podermos ser nós os donos de obra e depois sermos ressarcidos do valor”, já havia explicado o presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira. Nas mãos da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGESTE) está o projecto para as obras da escola de Vialonga, ainda à espera de luz verde das finanças para avançar.

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