Nersant pagou dívida de 120 mil euros para evitar penhora
Direcção da Nersant acabou de pagar cerca de 120 mil euros de dívida à Terra Branca para evitar a penhora dos seus bens.
A direcção da Nersant acabou de pagar à empresa Terra Branca-Comunicação Social, Lda., uma dívida de 120 mil euros para não ter que lidar com a penhora de um dos seus bens patrimoniais. A Nersant perdeu em tribunal a contestação desta dívida depois de várias reuniões no gabinete de uma juíza em que as partes não chegaram a acordo.
Os valores que a Nersant acabou de pagar incluem juros até à data do pagamento, e sobre todas as facturas cujo pagamento não foi efectuado nos 30 dias a seguir à emissão dos documentos.
Para além do pagamento desta dívida, a Nersant ainda tem em contencioso com a Terra Branca valores na ordem dos 35 mil euros que se recusa a pagar utilizando os mesmos argumentos que defendeu no processo que acaba de perder.
Apesar da Terra Branca ser associada da Nersant, e ter um protocolo com a associação que dura há mais de duas dezenas de anos, e que atravessou as direcções de José Eduardo Carvalho e Maria Salomé Rafael, a actual direcção, presidida por Domingos Chambel, nunca tentou qualquer acordo presencial ou por escrito, limitando-se a tentar, de forma unilateral, acabar com os compromissos entre as duas entidades, pondo em causa a legalidade daquilo que foi proposto e assinado pelos seus antecessores e nunca posto em causa. A Terra Branca, apesar de ser associada com as quotas em dia, também deixou de receber correio da Nersant e toda a informação que é disponibilizada regularmente aos associados.
O culpado foi António Campos
De referir que o interlocutor no protocolo com a Terra Branca era o director executivo, António Campos, que, entretanto, pediu demissão da associação alegando justa causa.
Desde que Domingos Chambel assumiu a presidência que António Campos era constantemente acusado de ser o responsável pelo protocolo, e pelos prejuízos que Domingos Chambel considerava que o mesmo causava à Nersant. Segundo O MIRANTE apurou junto de um elemento da direcção, António Campos foi várias vezes questionado sobre as suas relações pessoais e profissionais com a administração da Terra Branca. Domingos Chambel, que pelo menos nos últimos três mandatos foi vice-presidente da direcção, sabia do protocolo mas quando tomou posse fingiu desconhecer, aparentemente por nunca ter sido verdadeiramente solidário com a liderança das direcções da Nersant das quais fazia parte como vice-presidente, e em algumas situações como presidente, em substituição de Maria Salomé Rafael.
Um vice-presidente sempre na oposição mas em segredo
“Domingos Chambel não tem preparação intelectual nem formação cívica para gerir uma associação do jogo do berlinde, quanto mais uma associação de empresários com o prestígio que a Nersant já teve, e ainda tem, apesar da desastrosa gestão desde que tomou posse”, disse a O MIRANTE um dos elementos do conselho geral que aceitou pertencer a esta lista de Domingos Chambel “por respeito pela instituição, embora reconheça que a associação pode acabar num curto espaço de tempo, ou tornar-se irrelevante, o que é ainda mais dramático”, referiu.
Recorde-se que Domingos Chambel terá sido “vítima” de um acordo verbal não cumprido com a anterior presidente. Antes das eleições, que deram o segundo mandato a Maria Salomé Rafael, Domingos Chambel tentou ensaiar a constituição de uma lista de oposição, mas sem sucesso, embora tenha causado um ‘sururu’ entre a direcção em exercício, e os membros do conselho geral, que foram chamados a pronunciarem-se sobre a melhor forma de parar o desafio de Domingos Chambel. O conflito não passou de uma tempestade num copo de água, e Chambel não só não avançou com uma lista de oposição, como aceitou manter-se na nova direcção como vice-presidente de Maria Salomé Rafael. As relações entre os dois foram sempre boas, aparentemente, mas Domingos Chambel nunca teve voz de comando enquanto Maria Salomé Rafael dirigiu a associação. Depois de tomar posse Domingos Chambel deixou à vista, pela forma como tem gerido a associação, uma vontade de apagar e mudar tudo aquilo que herdou dos mandatos de José Eduardo Carvalho e Maria Salomé Rafael.