Autarcas fazem vigília à porta dos centros de saúde da Póvoa e do Forte
Os eleitos de todas as forças políticas na Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa marcaram presença nas vigílias convocadas pela Comissão de Saúde.
Os autarcas exigem mais médicos de família e soluções da parte do Governo para os milhares de utentes sem clínico atribuído.
Três dezenas de autarcas da Assembleia de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa fizeram duas vigílias à porta dos centros de saúde das duas localidades para exigirem mais médicos de família. A situação está caótica, dizem os autarcas, uma vez que o número de utentes sem médico atribuído continua a subir. A vigília, que decorreu nos dias 11 e 12 de Abril, foi promovida pela Comissão da Saúde da assembleia de freguesia e reuniu todas as forças partidárias.
O porta-voz da Comissão da Saúde, Amadeu Pinto, diz que a Póvoa de Santa Iria tinha nove mil utentes sem médico, mas o número aumentou para 14 mil. Tendo em conta a construção acelerada, o número de habitantes vai crescer e a estimativa é para que mais 10 mil pessoas fiquem sem médico. No Forte da Casa, que perdeu médicos em Janeiro, são já 11.500 utentes sem médico atribuído.
Alguns autarcas defendem a contratação de clínicos por parte da Câmara de Vila Franca de Xira. É o caso do presidente da assembleia de freguesia, Paulo Barroca, eleito pela Coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), que diz que qualquer solução é válida para resolver o problema. Também o movimento independente António Inácio Póvoa Mais Forte vai levar uma proposta à assembleia de freguesia para delegar na câmara a possibilidade de contratar médicos. A bancada do Chega considera que a autarquia devia elaborar um regulamento com incentivos à fixação de médicos de família no concelho, uma proposta que foi chumbada.
Além da falta de médicos, os autarcas e utentes queixam-se do próprio funcionamento do centro de saúde da Póvoa. Após a pandemia aquela unidade manteve a porta fechada, tendo as pessoas que esperar horas a fio ao relento, em pé, e sujeitas às intempéries, enquanto aguardavam a chamada ao balcão. “Existe uma má gestão do funcionamento deste centro de saúde. As respostas da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e do Agrupamento de Centros de Saúde do Estuário do Tejo têm sido vagas, com pouco conteúdo. Dizem que não há queixas dos utentes mas isso não corresponde à verdade. Existem muitas queixas por responder aqui na Póvoa”, sublinha Paulo Barroca.
A esperança dos autarcas reside agora nas propostas para mitigar a falta de médicos que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, se comprometeu a apresentar em Maio, na sequência da reunião que teve com a Câmara de Vila Franca de Xira e com todos os presidentes de junta do concelho. De acordo com a presidente da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Ana Cristina Pereira, a tutela está a par dos problemas e prometeu em breve apresentar soluções.