Incendiários de carros em Vialonga nunca foram apanhados
Na última semana arderam dois carros no Forte da Casa e a situação reavivou a memória do ano em que nove carros foram destruídos pelo fogo em Vialonga e o caso acabou arquivado.
Quem pegou fogo aos nove automóveis que estavam estacionados na via pública em Vialonga, em 2015, nunca foi apanhado e o caso acabou arquivado por falta de provas deixando a maioria dos proprietários sem receber qualquer compensação pelos prejuízos.
A destruição pelo fogo de dois automóveis e contentores de lixo no Forte da Casa na madrugada de 11 de Abril veio reavivar a memória do que aconteceu em Vialonga onde, apesar das buscas, perícias e investigações quem cometeu os actos de vandalismo escapou ileso até hoje. Em Vialonga oito dos nove proprietários acabaram por ter de arcar com as despesas porque apenas tinham seguro contra terceiros que não cobria actos de vandalismo. Apenas num dos casos o dono do automóvel tinha seguro contra todos os riscos e, por isso, conseguiu que a seguradora suportasse o prejuízo.
“Aluguei uma garagem e nunca mais voltei a deixar o meu carro na rua”, garante hoje a O MIRANTE Rogério Mendes, uma das vítimas dos incêndios de 2015. Diz que nunca mais se sentiu seguro na vila desde esse dia. “Ainda hoje me custa falar disso e fico revoltado por saber que quem me fez isto anda por aí de costas direitas como se nada fosse”, critica. O seu carro, como noticiámos na altura, tinha-lhe custado 15 mil euros e ficou irrecuperável.
Dos nove carros incendiados em Vialonga um foi destruído nas proximidades da unidade de intervenção da Guarda Nacional Republicana sem que ninguém tivesse dado por nada. Outros foram junto à creche da vila e na rua onde funcionava o antigo posto médico. Os prejuízos foram de largos milhares de euros. Todos os incêndios começaram entre as quatro e as cinco da madrugada. Suspeita-se que tenham sido usados engenhos pirotécnicos para deflagrar as chamas junto às rodas traseiras dos automóveis, o que depois levou a um alastrar do fogo ao resto do veículo e, em alguns casos, aos automóveis estacionados próximos, causando ainda danos em habitações.
No recente caso do Forte da Casa, em que dois automóveis e contentores de resíduos ficaram destruídos, as autoridades suspeitam de conduta dolosa, da qual resultaram danos patrimoniais elevados. O alerta, como O MIRANTE noticiou, foi dado pelas 02h00 por um morador que assegurou à Polícia não se ter apercebido do início do incêndio, que foi extinto pelos Bombeiros da Póvoa de Santa Iria mas cuja origem não foi ainda apurada.
As autoridades acreditam que se tratou de fogo posto numa zona própria para a deposição de monos, nomeadamente móveis em madeira, que alastrou para as viaturas. A presidente de Junta da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, Ana Cristina Pereira, referiu que este tipo de actos de vandalismo em contentores acontecem “esporadicamente” e lamenta os prejuízos que causam ao erário público e, neste caso, também aos proprietários dos veículos destruídos.