Não deu em nada abaixo-assinado a pedir melhores comunicações para a Fonte Santa
Quatro centenas de pessoas da zona da Fonte Santa e Santa Eulália em Vialonga subscreveram um abaixo-assinado no ano passado exigindo melhor cobertura da rede telefónica mas o problema está na mesma e, em alguns dias, pior.
Durante um mês, entre Março e Abril, José Luís, morador na Fonte Santa em Vialonga, esteve sem televisão, Internet e telefone em casa, um problema que acontece “mês sim, mês não” e que afecta a generalidade dos moradores do bairro. Situação que, somada à falta de existência de rede de telemóvel na zona, tem deixado os moradores assustados e preocupados. “Se for preciso chamar uma ambulância não há rede. Estamos incontactáveis. É raro o mês em que não temos problemas com as comunicações”, lamenta a O MIRANTE.
Prova disso é que até para agendar esta reportagem o contacto só foi possível por mensagem escrita, já que os telemóveis dão sinal de estarem desligados mesmo quando não estão. A situação é comum à maioria das operadoras de telecomunicações que servem a zona. A falta de rede sente-se logo à entrada de Santa Eulália. Daí à Fonte Santa é como entrar num buraco negro. A rede desaparece e nas raras vezes que o telefone toca não se consegue ouvir nada, apenas ruído.
“Não é aceitável nem compreensível, numa altura em que a Fonte Santa já está legalizada, que esta situação continue. Pagamos todos os meses por serviços que não podemos usar”, lamenta José Luís, que já chegou a ter que esperar pelos bombeiros no largo do bairro porque não conseguia falar com os operacionais por telemóvel para lhes dar indicações da morada. A situação não é nova mas tarda em ser resolvida. Em Fevereiro do ano passado 400 moradores da Fonte Santa, Santa Eulália e Mogos entregaram em reunião de câmara de Vila Franca de Xira um abaixo-assinado pedindo uma solução urgente para o problema. Patrícia Silva, uma das moradoras que subscreveu a petição, lembrava que numa das situações até para chamar os bombeiros por causa de um incêndio no local foi preciso alguém ir de carro ao centro de Vialonga. “Setenta por cento da nossa população é envelhecida e precisa de ter comunicações. Nem os telefones fixos funcionam. Não conseguem marcar as consultas no centro de saúde e as teleconsultas são adiadas porque não se conseguem realizar. Conseguir chamar uma ambulância é complicado. Só saindo de casa”, criticou a cidadã.
Um bairro moribundo e abandonado
O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, já tinha lamentado a situação e garantido que os serviços técnicos do município têm pressionado as operadoras para resolver o problema mas as pressões não têm surtido efeito e os problemas estão na mesma ou pior. O que, somado ao estado de abandono em que se encontram os espaços públicos da Fonte Santa, faz crescer na comunidade um sentimento de revolta. “A câmara não tem dado respostas nenhumas e estamos aqui num bairro moribundo e abandonado”, critica José Luís.
A esperança, já tinha dito o presidente do município, reside na chegada da tecnologia 5G, uma forma mais rápida de transmissão de dados de Internet que terá uma maior cobertura nacional. Apesar de estar já a ser implementada em território nacional ainda não chegou a Vialonga. “O problema da falta de rede não é uma situação nova e não abrange apenas Vialonga mas todas as freguesias rurais e distantes dos centros urbanos do nosso concelho, como Trancoso, Calhandriz, Cachoeiras ou Loja Nova”, lamentou Fernando Paulo Ferreira.