Sociedade | 29-04-2023 09:54

Educar as crianças à palmada e puxão de orelhas é “acto abusivo” e “retrógrado”

Educar as crianças à palmada e puxão de orelhas é “acto abusivo” e “retrógrado”

Palestra “Nem mais uma palmada” realizada na Escola Secundária de Benavente alertou para a necessidade de prevenir os maus tratos na infância. Presidente do Instituto de Apoio à Criança, Dulce Rocha, diz que é urgente acabar com a ideia de que a boa educação é feita de uma bela chapada quando tem de ser.

Reprimir ou educar as crianças à palmada ou com puxões de orelhas é um acto abusivo e retrógrado que precisa de ser desmistificado e as mentalidades alteradas. A convicção veio a lume numa palestra promovida na Escola Secundária de Benavente na tarde de sexta-feira, 28 de Abril, no âmbito do mês da prevenção dos maus tratos na infância.

A principal palestrante, Dulce Rocha, presidente executiva do Instituto de Apoio à Criança (IAC) não hesitou a lembrar que a ideia de educar à estalada é um fenómeno que tarda em ser eliminado da sociedade portuguesa.

“É errado dar palmadas. Não se aprende mais por ter uma educação restritiva e severa. Dar uma bofetada numa criança não a disciplina em nada. Ela não fica mais obediente, pelo contrário, só tem efeitos negativos. A criança que é violentada, mesmo que as pessoas considerem que é um castigo leve, geralmente é uma criança humilhada, insegura, menos curiosa e que está muitas vezes numa situação de hipervigilância”, explica a responsável a O MIRANTE.

Dulce Rocha, que já foi presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e procuradora do Ministério Público, lembra que a sintomatologia apresentada por crianças que sofrem lesões graves é muito semelhante à que apresentam crianças educadas de forma mais severa.

* Notícia desenvolvida na edição semanal de O MIRANTE

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