Sociedade | 01-05-2023 21:00

Liga dos Combatentes do Entroncamento e Barquinha é uma segunda casa

Liga dos Combatentes do Entroncamento e Barquinha é uma segunda casa
Núcleo dos Combatentes do Entroncamento e Vila Nova da Barquinha é um dos mais antigos do país

O Núcleo da Liga dos Combatentes do Entroncamento e Vila Nova da Barquinha é um dos mais antigos do país e tem como principal missão garantir o apoio social e emocional daqueles que defenderam a pátria em situações difíceis.

Com uma equipa composta por psicólogos, técnicos e assistentes sociais a associação também presta apoio a viúvas de ex-combatentes.

O núcleo da Liga dos Combatentes do Entroncamento e Vila Nova da Barquinha é um dos mais antigos do país e tem mais de meio milhar de sócios, a maior parte residente nos concelhos do Entroncamento, Vila Nova da Barquinha, Golegã, Chamusca, Tomar, Alcanena e Ferreira do Zêzere. Luís Moita, presidente da associação, abraçou o projecto em 2018 depois de Fausto Diabinho, o sócio mais velho, de 90 anos, ter renunciado ao cargo devido à idade. A equipa que lidera é composta pelo sargento-mor Gerardo, vice-presidente e delegado social, o sargento-chefe Queiroz, secretário, e o sargento-mor Fernandes, tesoureiro.
Luís Moita, 56 anos, é de Lisboa e veio para o Regimento de Manutenção do Entroncamento em 2005 tendo passado à reserva militar em 2015, altura em que se juntou ao núcleo. O actual presidente, que dedica voluntariamente os seus dias aos ex-combatentes, refere que a maioria são “pessoas muito idosas e com muitas carências”, a quem muitas vezes é difícil chegar por se “fecharem em si mesmas devido aos traumas de guerra”. O facto das instalações da associação se situarem fora do centro da cidade do Entroncamento também contribuiu para algum distanciamento que existe entre as pessoas e o núcleo, considera. O dirigente explica a O MIRANTE que a invasão da Ucrânia pela Rússia, que dura há mais de um ano, teve impactos muito negativos nos ex-combatentes que acompanham. “É uma situação que faz reviver muitos traumas e acontecimentos do passado que despertam muitas emoções negativas”, refere.
O núcleo dispõe de uma equipa de psicólogos, técnicos e assistentes sociais que acompanha 25 ex-combatentes e sete viúvas. No ano transacto, o núcleo, através da direcção central da Liga dos Combatentes, apresentou uma proposta para se candidatar ao Plano de Recuperação e Resiliência com vista à construção de um lar com centro de dia e uma creche num terreno cedido pela Câmara Municipal do Entroncamento, no Bairro Camões. O sargento-mor Gerardo explica ao nosso jornal que a proposta foi indeferida por razões burocráticas, situação que deixou toda a gente desiludida devido à importância que a obra teria para os elementos que compõem a associação.
Sobre os apoios existentes para os associados Luís Moita lamenta que sejam poucas as entidades a proporcionar descontos aos ex-combatentes e reclama uma revisão no seu estatuto. “Vamos realizar daqui a poucos dias uma visita a um museu e tivemos quase de suplicar para termos entrada livre. O passe de antigo combatente, que se limita à área metropolitana ou comunidade intermunicipal do concelho de residência, também é escasso, devia ser nacional. O suplemento especial de pensão, pago uma vez por ano e que, no limite, atinge os 150 euros, também deveria ser revisto”, sugere.

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