Cordão humano com três mil alunos em defesa do rio Nabão
Cordão humano em defesa do rio Nabão juntou cerca de três mil alunos e procurou alertar para os crimes ambientais que acontecem no rio há várias décadas e cujos infractores têm saído impunes.
O cordão humano que se realizou em Tomar para alertar para os crimes ambientais que ocorrem há várias décadas no rio Nabão é a prova de que também se podem defender causas em clima de festa. Mais de três mil alunos, autarcas e dirigentes associativos do concelho juntaram-se para “Abraçar o Rio”, numa iniciativa organizada pelo Rotary Club de Tomar Cidade, em parceria com o município e com o Agrupamento de Escolas Nuno de Santa Maria.
Os alunos vestiram camisolas brancas alusivas ao evento e, através de cartazes com mensagens de luta e esperança, não se cansaram de gritar em defesa de um recurso que, consideram, deve ser preservado e tratado com a importância que merece uma vez que o rio Nabão atravessa a cidade e é uma das suas grandes referências e atracções turísticas.
José Mendes, coordenador do Rotary Club de Tomar Cidade, explica que o projecto tem cerca de três anos e que o principal objectivo da iniciativa é sensibilizar alunos, pais e autarquias para defenderem o rio. “Cinco municípios, 14 juntas de freguesia, quatro clubes de Rotary e vários agrupamentos de escolas têm estado envolvidos no projecto” conta a O MIRANTE, acrescentando que a experiência tem sido “fantástica”. No futuro está previsto criar-se um website acerca do rio e sinalética ao longo do percurso ribeirinho para assinalar espaços de lazer e bem-estar.
Anabela Freitas (PS), presidente do município, destacou a importância que os jovens têm para o futuro do planeta e que é muito importante investir na sua formação, sublinhando que “não há planeta B”. Em declarações a O MIRANTE refere que os crimes ambientais de que o Nabão tem sido alvo nas últimas décadas são algo que a deixam bastante preocupada e a levam a apelar a todos os cidadãos que denunciem sempre que presenciem um crime. “A passividade com que estes crimes ambientais são tratados acaba por deixar que as empresas saiam impunes e que os continuem a cometer sem sofrer as devidas consequências”, vinca. A autarca explicou que em Dezembro do ano passado foi realizada uma acção por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e, vários meses depois, ainda não se sabe o resultado da operação. “Se nós não sabemos as empresas também não sabem e, portanto, continuam a poluir impunemente”, afirma a O MIRANTE.