Mais uma tentativa para resolver falta de médicos em Ourém
A Câmara de Ourém vai comparticipar consultas para utentes sem médico de família, no âmbito de um acordo de cooperação com a União das Misericórdias Portuguesas e a Administração Regional de Saúde, no projecto “Bata Branca”.
Para fazer face à falta de médicos de família no concelho de Ourém, Luís Albuquerque, presidente do município, apresentou um protocolo com a Santa Casa da Misericórdia de Fátima que vai permitir implementar o projecto “Bata Branca”. A medida prevê que a autarquia comparticipe consultas para utentes sem médico de família, no âmbito de um acordo de cooperação com a União das Misericórdias Portuguesas (UMP) e que envolve a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo. De acordo com o autarca, a comparticipação é de 27 euros/hora por 60 horas semanais a médicos que estejam reformados ou que trabalhem no privado, sem qualquer ligação ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). O protocolo do município com a Misericórdia de Fátima vai permitir acrescentar, aos 27 euros que a ARS paga aos médicos, 15 euros/hora, anunciou Luís Albuquerque.
O presidente da câmara adiantou que cabe à Misericórdia de Fátima “contratar médicos para preencher as 60 horas” semanais, referindo que a iniciativa deverá entrar em vigor em Maio deste ano, desde que haja médicos disponíveis. “Neste momento já temos asseguradas 35 horas. Ficam-nos a faltar ainda 25 horas por semana”, esclareceu, acrescentando que as consultas serão feitas nas unidades de saúde, onde os médicos “irão ter acesso ao sistema informático do SNS”.
A medida, aprovada no dia 17 de Abril, em reunião do executivo municipal, não invalida outras, como a atribuição de apoios para a fixação de médicos de família, para mitigar a falta destes profissionais no concelho. A proposta de incentivos, recorde-se, prevê a atribuição até 600 euros mensais para os médicos que cumpram os requisitos exigidos. “É um esforço grande que estamos a fazer numa área que, volto a dizer, não é da competência do município, mas para a qual, obviamente, estamos muito preocupados, porque a situação que existe hoje é grave, é complicada”, afirmou o autarca.
Reiterando que é mais um esforço para “tentar minorar a situação”, Luís Albuquerque reconheceu tratar-se de uma solução paliativa, uma vez que o problema só se resolve “com a colocação de médicos de família no concelho de Ourém”. O concelho tem perto de 45 mil habitantes, sendo que mais de 15 mil não têm médico de família.