Vasco Estrela desmente Elsa Severino e diz que reconstrução dos passadiços de Ortiga ainda não tem local definido
Presidente da Câmara de Mação reagiu à entrevista de O MIRANTE à arquitecta Elsa Severino considerando ter sido alvo de um “ataque” ao seu carácter e desmentindo muitas das acusações feitas. Sobre a nova localização dos passadiços de Ortiga, que foram “água abaixo” poucos meses depois da sua construção, diz que o município está a ponderar e a estudar um novo sítio.
O presidente da Câmara Municipal de Mação afirma que ainda não há decisão final sobre a nova localização dos passadiços de Ortiga, estrutura que foi por “água abaixo” em Dezembro do ano passado, cerca de nove meses depois da sua inauguração. Vasco Estrela falou a O MIRANTE alguns dias depois da última assembleia municipal, onde reagiu publicamente à entrevista do nosso jornal à arquitecta paisagista Elsa Severino (edição 27 de Abril), afirmando ter sido alvo de um “ataque velado” e desmentindo a maioria das acusações feitas. Recorde-se que Elsa Severino foi bastante crítica acerca da construção dos passadiços de Ortiga, referindo, entre outras coisas, que o seu gabinete fez um estudo da localização da estrutura e que “foi com esse estudo prévio que a CCDR aprovou a obra e deu financiamento” uma vez que o projecto que foi construído nunca teria aprovação no ambiente. “Falei com o presidente da câmara, Vasco Estrela, para lhe dizer que era fundamental um projecto de estabilidade, devido às cheias, à descarga da barragem, que a obra envolvia responsabilidade civil. A resposta foi um não rotundo por causa do aumento do orçamento. Nem mais um cêntimo, disse-me o presidente. Os meus argumentos não o convenceram e a solução foi cortar relações”, disse.
Na sessão com todos os autarcas do concelho, Vasco Estrela confessou surpresa pelas declarações e pelo facto de Elsa Severino ter dito que estavam de relações cortadas. “Fiquei surpreendido pela entrevista, pelo tom, pelo que disse; ainda no sábado passado almoçámos na mesma mesa e trocámos cumprimentos cordiais. Aliás, em 2020, mandou-me mensagens de parabéns e a mostrar estima por mim, a valorizar o meu trabalho. E depois diz que desde 2017 que estamos de relações cortadas? Não consigo compreender”, frisou. O autarca mostrou ainda um parecer para desmentir que o projecto não tenha sido aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e que os serviços que Elsa Severino prestou à autarquia tenham sido “pró-bono”. “Quem lê a entrevista parece que é uma benfeitora, e não é verdade, não trabalha gratuitamente, o projecto custou 28.290 euros com IVA”, sublinhou, acrescentando: “agradeço o estudo prévio e as ideias, mas não será às minhas cavalitas que esta senhora vai ter a projecção que, acho, não merece (...) Durante a construção dos passadiços ela não veio levantar qualquer objecção (…) A partir de agora é que as relações pessoais estão objectivamente cortadas”, concluiu.