Mulheres em Azambuja têm papéis secundários na política
Helena Maciel, ex-militar e bombeira, é vice-presidente da concelhia de Azambuja do CDS-PP. A sua acção política tem-se notado pelas intervenções assertivas nas sessões da assembleia municipal, onde têm assento apenas nove mulheres.
Que balanço faz deste novo ciclo na Assembleia Municipal de Azambuja?
Quem prepara as reuniões continuam a ser os grupos municipais do PSD/CDS e da CDU, e alguns presidentes de junta porque outros não abrem a boca. A CDU, sem ser contra as decisões do PS, leva matéria crítica e quer criar a ideia de que afinal ainda tem pensamento próprio. Será que tem? É discutível. Por outro lado, é importante ter consciência de que em 24 membros da assembleia municipal só nove são femininos. É um grupo muito baixo para a participação política e cívica das mulheres.
Culpa das mulheres que não se colocam nesse caminho ou não há espaço para o sexo feminino na política em Azambuja?
As mulheres têm que conseguir a pulso um espaço na política que aos homens é dado de barato. Em Azambuja temos as mulheres relegadas para papéis secundários na política. Talvez seja útil pensar porque é que todos os presidentes de junta são homens.
A falta de médicos de família tem sido uma das maiores dores deste concelho. O que podia a Câmara de Azambuja fazer que não esteja a ser feito?
O programa eleitoral deste executivo (PS) assume a Saúde como prioridade mas esta exigência ficou apenas como carta de intenção. Andam a fazer pim-pam-pum nas tentativas de captar médicos quando já vimos que o regulamento de incentivos não funciona e que a estratégia de retenção de capital humano não existe. Por outro lado, a câmara aceita a transferência de competências da Saúde mediante uma caução de 150 mil euros para ar condicionado e 250 mil euros para recuperar o Centro de Saúde de Alcoentre e isso é muito pobre para uma visão estratégica.