Sociedade | 15-05-2023 15:03

Dia da Família: Lidar com as emoções dos filhos e atenuar birras sem castigos corporais

Dia da Família: Lidar com as emoções dos filhos e atenuar birras sem castigos corporais

A dinâmica familiar pode ser desafiante e criar frustrações ou sentimentos de culpa nos pais que não sabem como agir perante um comportamento negativo dos filhos. A solução passa por não ignorar as emoções das crianças, aprender a brincar e trocar a abordagem negativa pela positiva, defende a especialista em parentalidade positiva, Sónia Mendão. Esta é uma conversa a propósito do Dia Internacional da Família, que se assinala esta segunda-feira, 15 de Maio.

Educar de forma consciente e positiva, com a criança a fazer parte do processo com todas as suas individualidades, é o modelo defendido pela especialista em parentalidade positiva e técnica superior na divisão de Educação e Equipa Multidisciplinar de Intervenção Comunitária da Câmara de Azambuja, Sónia Mendão. Natural do Cartaxo, esta mãe de 45 anos, sentiu necessidade de fazer um curso de parentalidade positiva perante os desafios impostos pela maternidade. Hoje já ajudou dezenas de pais a conseguirem resolver birras, a acabarem com os gritos e castigos e a estabelecerem ou recuperarem o vínculo afectivo com os seus filhos. Os cursos são individuais ou em grupo e fazem parte do Programa Inovador de Combate ao Insucesso Escolar da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo.


O conceito é relativamente recente mas continua a suscitar dúvidas. O que é afinal a parentalidade positiva?

Consiste em ensinarmos a dar mais valor à positividade e desvalorizamos aquilo que as crianças fazem de negativo. Os pais são um modelo para os seus filhos, logo se forem calmos e assertivos vão ensinar aos seus filhos essas formas de estar. Outro grande objectivo é que as crianças aprendam a lidar com as suas próprias emoções, que compreendam o que estão a sentir e se sintam compreendidas. Se houver uma birra há-de haver uma razão para estar a acontecer e a validação dessa razão é fundamental. É preciso lidar com os sentimentos negativos das crianças de forma positiva e não os desvalorizar.


Não é o mesmo que ser permissivo com tudo o que os filhos querem fazer?

Não, existem regras e consequências, com os filhos a fazer parte do processo. As crianças têm que perceber o porquê de estarem a sofrer uma consequência. Quando falamos de crianças pequenas a base do nosso trabalho é a brincadeira porque é a partir dela que se desenvolvem aprendizagens como a socialização, criatividade e partilha, ferramentas através das quais ganham capacidades para lidar com o mundo. Começamos sempre por ensinar os pais a brincar com os filhos e o que constatamos é que há quem ache isso muito estranho porque na nossa sociedade a brincadeira com os filhos é desvalorizada.

*Entrevista completa na próxima edição semanal de O MIRANTE

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