Sociedade | 15-05-2023 07:00

Festa dos Tabuleiros em Tomar já é Património Cultural Imaterial

Festa dos Tabuleiros em Tomar já é Património Cultural Imaterial
Festa dos Tabuleiros de Tomar foi inscrita no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial

Carácter único da Festa dos Tabuleiros valeu o reconhecimento pela Direcção-Geral do Património Cultural. O evento realiza-se de quatro em quatro anos e regressa em Julho próximo.

A Festa dos Tabuleiros, em Tomar, foi inscrita no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, segundo um anúncio publicado na segunda-feira, 8 de Maio, em Diário da República, após o período de consulta pública. O anúncio está datado de 19 de Abril e é assinado pela subdirectora-geral do Património Cultural Rita Jerónimo.
“A inscrição da ‘Festa dos Tabuleiros’ no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial […] [destaca] a importância de que se reveste esta manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade envolvente e os processos sociais e culturais nos quais teve origem e se desenvolveu a manifestação do património cultural imaterial na contemporaneidade”, pode ler-se no anúncio.
A fundamentação científica para integrar a Festa dos Tabuleiros no Património Cultural Imaterial Nacional foi entregue em 31 de Julho de 2019, invocando a antiguidade e o facto de esta ser “uma festa única no país e no mundo”, ser “do povo, feita pelo povo e para o povo”, como realçou, na altura, a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas.
Com origem pagã, simbolizando a época das colheitas, a Festa dos Tabuleiros adquiriu carácter religioso na Idade Média, com a Rainha Santa Isabel, sendo os tabuleiros da festa de Tomar únicos com esta forma nas tradicionais festas do Espírito Santo que se realizam um pouco por todo o país. Anabela Freitas declarou, então, que a entrada no inventário nacional do Património Cultural Imaterial daria início a uma nova fase, a da preparação de uma candidatura a Património Imaterial da Humanidade da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, na sigla em inglês).
No trabalho de preparação foram recolhidas informações, depoimentos e documentos sobre a Festa dos Tabuleiros, preparadas propostas de salvaguarda, como “os registos vídeo e fotográficos de profissões em vias de extinção, como o latoeiro ou o cesteiro, para que possam ser replicados no futuro ou a criação de um Centro Interpretativo da Festa”.
A data mais antiga que documenta a existência da Festa dos Tabuleiros (então designada Festa em Honra do Divino Espírito Santo) é de 1844, informação obtida no livro de Actas e Contabilidade da Academia Philarmónica Tomarense (já desaparecida), e o testemunho mais antigo da Festa do Espírito Santo em Tomar é a Coroa da Asseiceira de 1544.
Dada a sua complexidade a festa realiza-se de quatro em quatro anos tendo havido apenas uma edição em que o povo decidiu adiar a sua realização por um ano, por coincidir com a Expo 98, evento no qual participou com um cortejo a convite do então Presidente da República, Jorge Sampaio.

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