Falta de saneamento e esgotos a céu aberto são um atentado ambiental em Azambuja
O problema arrasta-se no tempo e tem motivado críticas levantadas pela população e autarcas das juntas de freguesia. Presidente da Junta de Azambuja foi à última assembleia municipal exigir mais fiscalização e a resolução do que considera ser um atentado ambiental.
A ausência de saneamento básico e as descargas de esgotos a céu aberto para linhas de água são um problema ambiental que urge resolver no concelho de Azambuja. O alerta foi deixado pelo presidente da Junta de Azambuja, André Salema, na última sessão da assembleia municipal, depois de também o autarca da freguesia de Aveiras de Cima se ter queixado do problema numa reunião pública da Câmara de Azambuja.
O autarca socialista explicou que Casais dos Britos é uma das localidades da freguesia onde a ligação entre esgotos domésticos e a rede pública de saneamento continua a ser inexistente em alguns pontos, nomeadamente na Rua Martinho dos Santos. O problema, afiançou, é transversal a outras ruas da vila de Azambuja, de Casais de Baixo e à Ribeira do Valverde, uma linha de água que atravessa a vila de Azambuja e que já foi diversas vezes notícia por causa de descargas poluentes e ligações ilegais de esgotos.
“Não é só um problema da freguesia de Azambuja, é um problema do concelho. Está na altura de meter equipas no terreno a fiscalizar este tipo de situações” que, afirmou André Salema, “são atentados ambientais que já deviam ter terminado há muitos anos”.
Em resposta, o presidente do município reconheceu que a falta de saneamento e escorrência de esgotos a céu aberto “é uma questão estrutural” e que estão, no concelho, identificados um conjunto de locais onde é “necessário intervir” e que “urge resolver”. Silvino Lúcio afirmou ainda que Azambuja tem que aplicar bem o dinheiro do Portugal2030, cerca de 2,3 milhões de euros, “para corrigir este conjunto de situações”.
O autarca de Aveiras de Cima, António Torrão, recorde-se, tinha alertado o presidente do município para a existência de esgotos a céu aberto nas ribeiras Caju e da Milhariça e no rio da Fonte. Junto ao Parque Urbano da Milhariça, uma área de recreio e lazer que custou mais de 944 mil euros aos cofres do município, são visíveis “os esgotos e dejectos” a correr a céu aberto.
Também na freguesia de Vale do Paraíso os esgotos a céu aberto têm sido motivo de queixas por parte da população e, perante a passividade na sua resolução, o presidente de junta, Sérgio Alexandre, afirmou anteriormente a O MIRANTE que tem intenção de resolver a maior parte dos casos até ao final do actual mandato autárquico investindo verbas da própria autarquia.