Sociedade | 17-05-2023 12:00

Novo presidente dos Bombeiros Torrejanos quer abrir as portas do quartel à comunidade

Novo presidente dos Bombeiros Torrejanos quer abrir as portas do quartel à comunidade
Nuno Cruz vai liderar a associação humanitária nos próximos três anos

Nuno Cruz defende a necessidade de aproximar a população da associação humanitária e de estreitar relações com a Câmara de Torres Novas. Novo presidente dos Bombeiros Torrejanos, que sucede a Arnaldo Santos, apontou ainda como objectivos conseguir melhores remunerações e renovar a frota da corporação.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Torrejanos passou a ser presidida por Nuno Cruz, que já fazia parte da anterior direcção na qualidade de vice-presidente. O bancário de profissão, de 50 anos, sucede a Arnaldo Santos, que liderou a associação durante 22 anos. A cerimónia da tomada de posse decorreu ao final da tarde de terça-feira, 2 de Maio, no quartel dos bombeiros, e foi orientada, pela última vez, pelo major Abel Caldas que deixa os órgãos sociais da associação ao fim de mais de duas décadas.
No seu discurso, já depois de ter sido empossado presidente, Nuno Cruz estabeleceu como uma das prioridades para este mandato de três anos continuar a salvaguardar a prontidão no socorro, sendo para isso necessária a renovação de meios existentes e a incorporação de mais voluntários, um problema com o qual a associação se tem debatido nos últimos anos. “A sociedade tem-se vindo a tornar mais egoísta, as pessoas têm menos disponibilidade, menos vontade, e é importante relembrar que o voluntariado é fundamental neste tipo de associações humanitárias”, disse em declarações a O MIRANTE.

“Os bombeiros voluntários recebem muito pouco para aquilo que fazem”
O novo presidente sustentou que é preciso “criar um maior envolvimento entre a associação e a sociedade civil” e trabalhar no sentido de conseguir mais e melhores condições para o “capital humano da associação”, ao nível remuneratório e de apoio social. “Os bombeiros voluntários recebem muito pouco para aquilo que fazem, e o que queremos é criar uma justeza maior para o que é o retorno que recebem pela disponibilidade e trabalho que fazem”.
Na opinião de Nuno Cruz, “este tipo de associações vive no fio da navalha porque tem custos muitos alargados” e aquilo que recebem de apoios estatais “é sempre pouco para a actividade que as corporações pretendem desenvolver”. No caso dos Bombeiros Torrejanos, embora a “situação financeira esteja tranquila”, o orçamento não dá para ir além daquilo que é a “gestão corrente” da associação. Ficam, por isso, investimentos necessários por concretizar, nomeadamente ao nível da renovação de equipamentos e da frota, que “com o avançar da idade começa a dar problemas e despesa” acrescida em reparações, o que também “impede que [todas as viaturas] estejam permanentemente operacionais”.
Apesar de o presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, não ter comparecido à cerimónia, Nuno Cruz fez questão que sublinhar o importante papel que o município tem para que a associação humanitária consiga levar avante os objectivos da nova direcção. “A câmara é um dos apoios fundamentais naquilo que é o reforço financeiro. Esperamos que com o avançar do tempo haja capacidade de diálogo e de organização de um projecto conjunto entre a associação e a câmara que nos permita chegar onde a associação precisa de chegar”, afiançou ao nosso jornal.
Arnaldo Santos que assume neste novo mandato o cargo de presidente da mesa da assembleia-geral, afirmou a O MIRANTE que sai da presidência da direcção com a “consciência tranquila” de que fez “o melhor dentro das conjunturas que nunca foram favoráveis”, e assumindo que não atingiu o patamar que almejava no que “concerne ao reconhecimento do mérito dos bombeiros voluntários”.
No seu discurso, deixou um agradecimento especial a Abel Caldas que o acompanhou, na qualidade de presidente da mesa da assembleia-geral, ao longo dos muitos mandatos e que contribuiu para a valorização dos bombeiros com o seu empenho e dedicação à associação mas também como um dos responsáveis pelo livro “Bombeiros Voluntários- 87 Anos em Imagem”.

Os novos órgãos sociais

Da assembleia-geral fazem ainda parte Ana Marta Mendes, na qualidade de vice-presidente, Helena Maria Moura Pinto e Ana Rita Jorge como primeira e segunda secretárias, respectivamente. O conselho fiscal é presidido por Carlos de Sousa e tem como secretário e relator, respectivamente, Carlos da Fonseca e Catarina Fontinha. Na direcção acompanham Nuno Cruz, o vice-presidente Gabriel das Neves, a tesoureira Ana Cristina Pinho, o primeiro secretário Nuno Lopes, o segundo secretário João Santos e os vogais Paulo Ferreira e Rui Pedro Alexandre. O corpo activo é actualmente composto por cerca de 80 bombeiros.

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