CAP com nova liderança: sai Oliveira e Sousa entra Mendonça e Moura
O portuense Álvaro Mendonça e Moura foi eleito presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, sucedendo ao ribatejano Eduardo Oliveira e Sousa, que passa para a presidência da assembleia-geral da organização.
O antigo embaixador Álvaro Mendonça e Moura foi eleito, no dia 17 de Maio, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), sucedendo ao ribatejano Eduardo Oliveira e Sousa, que vai assumir a mesa da assembleia-geral. "A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) elegeu esta quarta-feira Álvaro Mendonça e Moura como presidente da Direção para o triénio 2023-2026, no ato eleitoral mais participado na história da organização e que decorreu, pela primeira vez, em formato eletrónico", informou a associação em comunicado.
Em 17 de Abril, terminou o prazo para a apresentação das listas candidatas aos órgãos sociais da confederação para o triénio 2023-2026, tendo sido apresentada uma única, subscrita por 129 organizações associadas da CAP, liderada por Álvaro Mendonça e Moura, que faz parte da Amêndoacoop – Cooperativa de produtores de Amêndoa de Torre de Moncorvo.
Apesar de os estatutos da CAP não preverem um número máximo de mandatos, Eduardo Oliveira e Sousa, de 70 anos, vai deixar a liderança da confederação, encarando com naturalidade a passagem de pastas. Refira-se que a CAP é a accionista maioritária e lidera a administração do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, entidade que organiza a Feira Nacional de Agricultura.
Em entrevista à Lusa, Eduardo Oliveira e Sousa, natural de Salvaterra de Magos e residente no concelho de Coruche, garantiu que não vai dizer “adeus ao sector e menos ainda à própria organização”, recordando que, quando assumiu a presidência da CAP, tinha ideia de cumprir apenas um mandato. Contudo, a insistência de colegas e os acontecimentos que abalaram o país, com destaque para a pandemia de Covid-19, ditaram a sua recandidatura.
O novo presidente da CAP defende que "a Agricultura é um setor fundamental da economia nacional com importante contributo para as exportações", sendo "peça-chave da coesão territorial e promotora insubstituível da sustentabilidade ambiental". "Assumo, por isso, o compromisso de pugnar pelo desenvolvimento e crescimento do setor agroflorestal português, dando voz ao seu principal pilar: os agricultores", compromete-se Álvaro Mendonça e Moura.
Como vice-presidentes foram eleitos Domingos Filipe dos Santos (FNOP – Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas), Francisco Pavão (APPITAD – Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro), Gonçalo Andrade (Portugal Fresh), Joaquim Capoulas (Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo), Jorge Rita (Federação Agrícola dos Açores) e Pedro Pimenta (Anpromis – Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo).
Além de Eduardo Oliveira e Sousa, a mesa da assembleia-geral integra Vitor Galantinho (vice-presidente), Fernando Moreira (secretário efectivo) e Joaquim Morgado (secretário suplente). Para o conselho fiscal da CAP foram escolhidos António Soares (presidente), António Raposo (membro efectivo), Henrique Damásio (membro efectivo) e Carla Pinto (membro suplente).
Álvaro Mendonça e Moura, nasceu em 1951 no Porto e é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra. O novo presidente da CAP foi secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, representante permanente junto das Nações Unidades, embaixador em Madrid e representante permanente junto da Comissão Europeia e dos organismos e organizações internacionais em Genebra, entre outros cargos diplomáticos. Actualmente dedica-se ao olival, à vinha e ao amendoal, foi professor universitário e membro fundador do Círculo de Estudos do Centralismo.