Vila Franca de Xira volta a ter um cineclube para aproximar a comunidade da sétima arte
Novos dirigentes são na sua maioria jovens estudantes de cinema que querem aproximar as gentes do concelho da magia do grande ecrã. Todos os meses vão organizar sessões abertas ao público dedicadas a várias temáticas e parcerias com entidades como a Cinemateca.
Dar a conhecer a filmografia portuguesa, aumentar o conhecimento da comunidade sobre a sétima arte através da projecção de filmes comentados, realização de encontros com realizadores, sessões temáticas e workshops são alguns dos objectivos do novo Cineclube Vilafranquense. A associação sem fins lucrativos nasceu formalmente no domingo, 14 de Maio, com a realização da sua primeira assembleia-geral. Isabel Sousa, professora de artes visuais da Escola Reynaldo dos Santos e coordenadora do Plano Nacional de Cinema, e Bruno Teixeira, realizador, são os membros fundadores do novo cineclube. Anteriormente houve outro cineclube na cidade, que desapareceu nos anos 70 pouco depois da revolução de Abril. “Este novo cineclube surgiu por necessidade. Há três anos que fazemos a mostra de cinema português Imagens no Tejo e desta forma é mais fácil coordenarmos apoios e a organização”, explicam a O MIRANTE.
A junta de freguesia tem sido um parceiro importante do cineclube. A associação nasceu no âmbito dos contactos estabelecidos durante as mostras de cinema português e a maioria dos seus novos dirigentes é jovem, e está ligada ao cinema, teatro e artes visuais. Um leque de gente com conhecimentos variados que promete fazer a diferença numa cidade conhecida por ter sido a primeira em Portugal a ter um cinema de grandes dimensões (IMAX) mas que hoje não tem qualquer sala de projecção.
“Não termos uma sala de cinema no concelho é uma cicatriz por sarar”, admitem os dirigentes. Todos os meses haverá sessões abertas ao público e em vários espaços, sobretudo no auditório da junta de freguesia e no Ateneu Artístico Vilafranquense. Tudo indica que a Mostra de Cinema continuará a ser feita no auditório do Museu do Neo-Realismo. “Queremos criar uma maior vida cultural em Vila Franca de Xira a partir do cinema”, refere Bruno Teixeira, garantindo que o cineclube irá estar aberto a todas as correntes cinematográficas e, nesta fase inicial, terá especial enfoque nos filmes académicos, como forma de mostrar o trabalho dos novos talentos da sétima arte.
Para isso já estão assegurados contactos com cursos de cinema do país, da Escola Superior de Cinema e da Universidade da Beira Interior. A associação vai também ter uma parceria com a Cinemateca. “O que esperamos é que a cidade adira e que todos os apaixonados por cinema apareçam nas sessões”, explicam os fundadores.
No dia 23 de Junho o cineclube vai exibir o filme “A Revolução de Maio”, de António Lopes Ribeiro com apresentação de Fernando Rosas, mas há outros eventos no horizonte até final do ano, incluindo a projecção de filmes académicos, uma extensão de curtas metragens de Vila do Conde, do Motelx e do Cinanima, a Mostra de Cinema Português (em Setembro) e uma festa do cinema francês.
Os primeiros dirigentes
Na tarde de domingo, 14 de Maio, realizou-se a assembleia-geral fundadora do Cineclube Vilafranquense, no auditório da junta de freguesia, onde foram eleitos os órgãos sociais, a saber: assembleia-geral - Manuel Tentúgal (presidente), Rodrigo Esteves (1º secretário) e Rafael Pires (2º secretário); conselho fiscal - Marta Ribeiro (presidente), Nicoleta Toma (vice-presidente) e Rui Ferreira (relator); direcção - Bruno Teixeira (presidente), Isabel Sousa (vice-presidente), António Ramos (tesoureiro), Gonçalo Morais (secretário) e Cátia Ribeiro (vogal). A associação começa com duas dezenas de associados mas está aberta a acolher novos sócios. Na assembleia foi também lido e aprovado o novo regulamento interno.