Torres Novas avança com auditoria externa à Divisão de Urbanismo
Decisão surge depois de dois funcionários dos serviços de urbanismo terem sido constituídos arguidos por suspeitas da prática de crimes e a contratação do procedimento já está em curso. Oposição na câmara e assembleia municipal exigiram essa análise.
A Câmara de Torres Novas vai avançar com uma auditoria externa à Divisão de Urbanismo, serviços do município que têm estado debaixo de fogo depois de dois funcionários terem sido constituídos arguidos por suspeitas de corrupção e recebimento indevido de vantagem. A informação foi transmitida pelo vice-presidente e vereador com o pelouro do Urbanismo, Luís Silva, na última reunião do executivo camarário realizada cerca de duas semanas depois de a Assembleia Municipal de Torres Novas ter aprovado uma recomendação, nesse sentido, da autoria do Bloco de Esquerda. Já antes os vereadores do PSD e do Movimento P’la Nossa Terra tinham defendido em sessão camarária a realização desse procedimento.
Luís Silva explicou que já está a decorrer a contratação de uma empresa para a optimização de processos e procedimentos nos serviços de Urbanismo e que essa mesma empresa irá realizar a auditoria externa, pelo que este serviço irá ser acrescentado ao caderno de encargos referente à adjudicação. Será, como disse o socialista, uma contratação dois em um.
Ainda sobre a Divisão de Urbanismo, o presidente do município, Pedro Ferreira, fez saber que já se encontra ao serviço um novo chefe de divisão, integrado através de um pedido de mobilidade depois de ter estado a exercer funções nas Câmaras do Cartaxo e de Peniche. “Cumprimos o que tínhamos dito em relação a estarmos já há algum tempo à procura de uma chefia”, afirmou o autarca, lembrando que a chefe de divisão afecta ao serviço continua de baixa por doença. Até 4 e 5 de Maio, o município teve ainda a decorrer procedimentos concursais para a contratação de fiscais de obras (carreira especial de fiscalização) e de arquitecto (técnico superior) para os serviços de Urbanismo.
Em Março último, recorde-se, uma arquitecta e um fiscal de obras do município torrejano foram detidos pela Polícia Judiciária no âmbito da operação Constrói Primeiro, estando em causa actos praticados entre Setembro de 2018 e Novembro de 2022. Ambos se encontram a aguardar julgamento estando suspensos de funções.