Barragens do Cabril e Castelo de Bode com capacidade acima de 80%
Níveis das barragens do rio Zêzere, na bacia do Tejo, estão bem mais altos do que há um ano, apesar da situação de seca que se vive em Portugal.
As barragens do Cabril e de Castelo Bode, no rio Zêzere, estão com capacidade acima de 80%, em situação melhor do que há um ano, disse na segunda-feira, 22 de Maio, o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado. “Hoje, a barragem do Cabril, no Zêzere, está com 83% da sua capacidade máxima, sendo que o ano passado, por esta altura, estava a 34%”, afirmou, adiantando que Castelo de Bode, que também faz parte da bacia do Zêzere, “hoje está com 87% e o ano passado estava cerca de 60%”.
À margem da sessão de apresentação de investimentos da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior em Figueiró dos Vinhos, Pimenta Machado reconheceu que este ano a situação é “muito melhor do que o ano passado”, mas defendeu a necessidade de preparar sempre os territórios para aquilo que são os sinais futuros. “[Os estudos] dizem duas coisas muito claras: vamos ter menos água, vamos ter menos precipitação”, declarou, explicando que o roteiro de adaptação às alterações climáticas refere que, “por cada 10 anos, sete serão secos”.
Segundo o vice-presidente da APA, “dos últimos 20 anos, dos 10 anos mais secos, seis foram depois do ano 2000”. Assinalou ainda que “há uma redução da precipitação em cerca de 15 a 20%”, pelo que é a este cenário que todos se têm de adaptar. “É muito positiva a situação este ano (…). Este ano estamos muito melhor do que o ano passado, diria que estamos tranquilos, claramente tranquilos”, adiantou, esclarecendo que em Dezembro e Janeiro houve “eventos de precipitação”.
A situação de seca meteorológica agravou-se em Portugal continental no mês de Abril, estando 89% do território continental em seca, 34% da qual em seca severa e extrema, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. Em Abril do ano passado, todo o território de Portugal continental já estava em situação de seca, a maior parte em seca moderada (87,2%).