JMJ no período crítico de incêndios aumenta exigência à protecção civil no Médio Tejo
A Jornada Mundial da Juventude e a visita do Papa a Fátima no início de Agosto, em plena época de incêndios, vai obrigar ao reforço dos meios de protecção civil no Médio Tejo.
A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo manifestou, em Tomar, preocupação pela “exigência” que será colocada à protecção civil da região pela coincidência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com o período mais crítico de incêndios florestais. “Estamos perante um ano, pelos dados que temos até agora, mais quente e de menor humidade do que 2022, e sabemos os incêndios que existiram no Médio Tejo nesse ano, e temos aqui uma situação acrescida que são as Jornadas Mundiais da Juventude”, disse Anabela Freitas à Lusa.
Para a autarca de Tomar, sendo os corpos de bombeiros e o número de efectivos “o que são”, vai ser “muito exigente para todos os agentes da Proteção Civil” conciliarem, “no período mais crítico de incêndios”, a JMJ, que acontecerá na semana de 1 a 6 de Agosto, com a presença do Papa Francisco já confirmada no dia 5 em Fátima, no concelho de Ourém.
Anabela Freitas disse que a operação para a JMJ se estenderá de 24 de Julho a 10 de Agosto, lembrando que a região vai receber o Papa e que grande parte dos municípios são de acolhimento de milhares de peregrinos. “Os meios existentes no terreno, mesmo que não haja incêndios, não são suficientes para uma operação desta dimensão, portanto vão ter de ser mobilizados de outros pontos do país para aqui”, afirmou.
O comandante do Comando Sub-regional da Proteção Civil do Médio Tejo, David Lobato, mostrou, durante a apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para a região, realizada no dia 24 de Maio na Biblioteca Municipal de Tomar, “um slide de reflexão”, o boletim climatológico de Abril passado, que revela que “pior que 2023 só 2017”. “Não sei se isso recorda alguma coisa”, disse, lembrando “todos os problemas” ocorridos nesse ano no país.
“Estamos com um ano extremamente quente, extremamente seco, talvez dos mais quentes dos últimos 40, 50 anos, o que de previsões não abona nada a nosso favor”, declarou, apelando à prevenção e vigilância e chamando a atenção para “comportamentos de risco das pessoas”, em particular quanto à realização de queimadas.
Tendo em conta a divisão do distrito de Santarém em dois comandos, do Médio Tejo e da Lezíria do Tejo, David Lobato afirmou que os meios para esta sub-região são praticamente idênticos aos de 2022. Para o comandante, o “único constrangimento” do fim do comando único distrital “é a capacidade de controlar mais meios”, mas salientou que os meios das outras sub-regiões “continuam lá” e podem ser mobilizados pelo comando regional.
A outra questão que se colocou com a divisão, a de o controlo das 11 câmaras de vigilância do Médio Tejo permanecer na sala do antigo Comando Distrital em Almeirim, poderá ser resolvida “nos próximos 15 dias”, disse. Anabela Freitas afirmou, na sessão, que, numa reunião mantida com o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, ficou o compromisso de aquisição de um ‘joystick’ que permitirá manobrar as câmaras a partir da sala do comando do Médio Tejo, instalado no concelho de Vila Nova da Barquinha.