Tomar já aponta para Festa dos Tabuleiros como Património da Humanidade
Autarcas do executivo de Tomar mostraram-se satisfeitos por a maior festa do concelho ter sido inscrita como património nacional, mas querem ir mais longe.
Duas semanas depois da Festa dos Tabuleiros, em Tomar, ter sido inscrita no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial, os autarcas do executivo da câmara municipal admitiram que o próximo passo é candidatar a maior festa do concelho a Património Imaterial da Humanidade. “Caminharemos para inscrever a festa como Património da Humanidade. Esta festa não é só dos tomarenses, é de todos os portugueses”, afirmou a vereadora Filipa Fernandes (PS), em sessão camarária.
Também do lado da oposição, Lurdes Ferromau Fernandes, vereadora do Partido Social-Democrata afirmou que existe vontade de ver a Festa dos Tabuleiros como Património da Humanidade. “Queremos que a nossa festa possa ser Património da Humanidade. Também desejo que este ano a festa seja de união para todos os tomarenses”, disse.
No início, Filipa Fernandes fez um apanhado de tudo o que envolveu a candidatura do certame a património nacional, processo que começou em 2018 e que contou com a participação de várias entidades. “Estabelecemos um protocolo com o Instituto de História Contemporânea. O antropólogo André Camponês veio para o terreno e esteve a investigar e a observar tudo o que tem a ver com a festa e a sua história”, explicou, recordando o nome de três pessoas que contribuíram para o sucesso dos trabalhos: João Vital, Maria João Morais e Carlos Trincão.
Com origem pagã, simbolizando a época das colheitas, a Festa dos Tabuleiros adquiriu carácter religioso na Idade Média, com a Rainha Santa Isabel, sendo os tabuleiros da festa de Tomar únicos com esta forma nas tradicionais festas do Espírito Santo que se realizam um pouco por todo o país. Dada a sua complexidade a festa realiza-se de quatro em quatro anos por vontade do povo.