Construção de parque logístico em Benavente vai avançar mesmo com críticas da oposição
PS, Chega e independentes na Assembleia Municipal de Benavente criticam as compensações recebidas pelo município para a construção do complexo logístico do grupo espanhol Magna, no Pinhal dos Calheiros, que vai implicar o abate de sobreiros e outras árvores. No final da reunião o executivo de maioria CDU recebeu um voto de confiança para continuar a negociar o projecto.
As bancadas do PS, do Chega e independentes na Assembleia Municipal de Benavente questionaram as compensações recebidas pela Câmara de Benavente para a construção de um parque logístico, com mais de 40 hectares, no chamado Pinhal do Calheiros. A oposição (excluindo o PSD) solicitou uma reunião extraordinária da assembleia municipal para discutir as condições de licenciamento da primeira fase do complexo logístico que o grupo espanhol Magna já começou a construir junto ao nó de ligação da Estrada Nacional 118 à auto-estrada 10 e à Ponte da Lezíria. Na reunião, os eleitos questionaram o abate de 270 árvores, onde estão incluídos 158 pinheiros mansos, 64 pinheiros bravos e 48 sobreiros, para a construção desta infraestrutura.
O loteamento em causa foi aprovado por unanimidade na reunião do executivo da Câmara de Benavente de 23 de Janeiro deste ano, com votos favoráveis do PS e Chega. De acordo com o grupo socialista na assembleia municipal, na altura não constavam do processo o número de árvores a abater e os valores da compensação devido à não cedência de parcelas de terreno para espaços verdes públicos e equipamentos de utilização colectiva. “Estes valores que a câmara deixou de receber ascendem a 840 mil euros. Mas em vez desta verba a autarquia aceitou como terreno de cedência um povoamento de sobreiros com 6,5 hectares no valor de 30 mil euros”, reitera o PS.
O presidente do município de Benavente, Carlos Coutinho, diz que o abate das árvores foi feito de acordo com o enquadramento legal, ou seja, obteve autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O eleito pelo PSD, Ricardo Oliveira, lamentou que a sua bancada não tenha tido acesso à informação a ser discutida na assembleia extraordinária. O social-democrata estranhou ainda que o parque logístico tenha sido aprovado por todas as forças políticas em reunião do executivo e agora tenha levantado dúvidas.
O executivo camarário, de maioria CDU, recebeu o voto de confiança da assembleia para continuar a desenvolver o projecto. “Saio desta assembleia legitimado para continuar a negociar, juntamente com os serviços técnicos, aquilo que é a segunda fase deste parque, com a expansão da área de intervenção para 65 hectares, independentemente do abate de árvores ou replantação de sobreiros”, finalizou o presidente da autarquia.