Sociedade | 27-05-2023 10:00

Construção de parque logístico em Benavente vai avançar mesmo com críticas da oposição

Construção de parque logístico em Benavente vai avançar mesmo com críticas da oposição
Carlos Coutinho, presidente da Câmara de Benavente

PS, Chega e independentes na Assembleia Municipal de Benavente criticam as compensações recebidas pelo município para a construção do complexo logístico do grupo espanhol Magna, no Pinhal dos Calheiros, que vai implicar o abate de sobreiros e outras árvores. No final da reunião o executivo de maioria CDU recebeu um voto de confiança para continuar a negociar o projecto.

As bancadas do PS, do Chega e independentes na Assembleia Municipal de Benavente questionaram as compensações recebidas pela Câmara de Benavente para a construção de um parque logístico, com mais de 40 hectares, no chamado Pinhal do Calheiros. A oposição (excluindo o PSD) solicitou uma reunião extraordinária da assembleia municipal para discutir as condições de licenciamento da primeira fase do complexo logístico que o grupo espanhol Magna já começou a construir junto ao nó de ligação da Estrada Nacional 118 à auto-estrada 10 e à Ponte da Lezíria. Na reunião, os eleitos questionaram o abate de 270 árvores, onde estão incluídos 158 pinheiros mansos, 64 pinheiros bravos e 48 sobreiros, para a construção desta infraestrutura.
O loteamento em causa foi aprovado por unanimidade na reunião do executivo da Câmara de Benavente de 23 de Janeiro deste ano, com votos favoráveis do PS e Chega. De acordo com o grupo socialista na assembleia municipal, na altura não constavam do processo o número de árvores a abater e os valores da compensação devido à não cedência de parcelas de terreno para espaços verdes públicos e equipamentos de utilização colectiva. “Estes valores que a câmara deixou de receber ascendem a 840 mil euros. Mas em vez desta verba a autarquia aceitou como terreno de cedência um povoamento de sobreiros com 6,5 hectares no valor de 30 mil euros”, reitera o PS.
O presidente do município de Benavente, Carlos Coutinho, diz que o abate das árvores foi feito de acordo com o enquadramento legal, ou seja, obteve autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O eleito pelo PSD, Ricardo Oliveira, lamentou que a sua bancada não tenha tido acesso à informação a ser discutida na assembleia extraordinária. O social-democrata estranhou ainda que o parque logístico tenha sido aprovado por todas as forças políticas em reunião do executivo e agora tenha levantado dúvidas.
O executivo camarário, de maioria CDU, recebeu o voto de confiança da assembleia para continuar a desenvolver o projecto. “Saio desta assembleia legitimado para continuar a negociar, juntamente com os serviços técnicos, aquilo que é a segunda fase deste parque, com a expansão da área de intervenção para 65 hectares, independentemente do abate de árvores ou replantação de sobreiros”, finalizou o presidente da autarquia.

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