Sociedade | 31-05-2023 15:00

Moradores de bairro social de Azambuja sentem-se injustiçados e querem mais policiamento

Alguns inquilinos das habitações municipais situadas no Beco Madre Teresa de Calcutá, na vila de Azambuja, queixam-se da falta de condições, da violação do direito ao sossego e pedem um patrulhamento eficaz. Perdão de dívidas de rendas veio reforçar o sentimento de injustiça.

Alguns moradores do bairro social de Azambuja sentem-se injustiçados pelos perdões de dívidas da Câmara de Azambuja aos que não pagaram as suas rendas e queixam-se de não conseguirem ter sossego durante a noite devido ao barulho, defendendo um reforço eficaz de policiamento na zona.
“Deitaram-me a casa abaixo para meter a gente ali e é do piorio. Não se pode viver ali. Devia haver mais visitas, aquilo não tem condições nenhumas. A gente chama a Guarda e chega lá, apita, e vai-se embora”, afirmou João Tavares, que foi à última reunião do executivo camarário, expressar o sentimento de alguns moradores do Beco Madre Teresa de Calcutá, nomeadamente a indignação pelo perdão de dívidas que ascendiam aos milhares de euros a moradores, enquanto outros sempre cumpriram com o pagamento e, ainda assim, têm que viver privados do direito ao sossego nocturno.
Perante as queixas, a vereadora com o pelouro da Acção Social na Câmara de Azambuja, Mara Oliveira (CDU), referiu que a autarquia pediu à Guarda Nacional Republicana para reforçar as patrulhas ao bairro, tendo sido afirmado por esta autoridade que esse reforço estava a ser cumprido. “Problemas entre vizinhos o município não pode intervir, tem que ser mesmo a GNR”, sustentou.

Perdoadas dívidas de milhares de euros
A vereadora do Chega, Inês Louro, que se absteve, tal como o PSD, aquando da votação para o perdão de dívidas superiores a 100 mil euros, que foi aprovada com os votos favoráveis do PS e CDU, pediu a palavra para afirmar que não concordou com esta medida do município que só veio “beneficiar a inércia de executivos anteriores” na cobrança atempada das rendas. Se fosse moradora do Beco Madre Teresa de Calcutá, vincou, sentiria que era “a pessoa mais injustiçada do mundo se pagasse renda”.
Considerando que não está a ser feita “justiça social” no bairro social situado na vila de Azambuja e que é composto por 60 fogos, Inês Louro defendeu que depois de ter sido tomada a medida de perdoar dívidas, a câmara municipal tem agora a obrigação de levar a efeito “acções de despejo para quem não cumpre”.

Apenas um quarto dos inquilinos pagava as rendas

No início deste ano, recorde-se, em 60 fogos de habitação social existentes na freguesia de Azambuja apenas 15 inquilinos cumpriam com o pagamento da renda. Em Dezembro de 2022, dos 2.485,30 euros de rendas referentes a esse mês a autarquia recebeu apenas 876,83 euros. Quanto ao valor das rendas mensais, que é calculado mediante os rendimentos do agregado familiar, varia entre um mínimo de cinco euros e um máximo de 290,33 euros, sendo que algumas famílias estão sujeitas ao pagamento da renda máxima por falta de entrega da documentação que comprova os rendimentos auferidos e respectivo grau de carência económica. O município tem estado a tentar regularizar a situação, através de acordos de pagamento de rendas em atraso e do perdão de dívidas antigas, em alguns casos de inquilinos cujo paradeiro se desconhece.

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