Lezíria espera reforço de meios na época crítica de incêndios
Responsáveis da Lezíria do Tejo esperam contar com reforços nacionais na área da protecção civil nas duas semanas de concentração de pessoas que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorre no período crítico de incêndios rurais.
Responsáveis da Lezíria do Tejo esperam contar com reforços nacionais na área da protecção civil nas duas semanas de concentração de pessoas que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorre no período crítico de incêndios rurais.
Na apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para a sub-região da Lezíria do Tejo, que decorreu ao final do dia em Almeirim, a questão dos meios que serão alocados à JMJ, tendo em conta que o distrito de Santarém pertence a uma das três dioceses de acolhimento de peregrinos, foi reconhecida como uma fonte de preocupação, a par da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) que, no dia 10 de Maio, veio determinar a presença de bombeiros, médicos e enfermeiros em eventos que juntem mais de 1.500 pessoas.
“Além dos incêndios rurais, ainda temos a JMJ [de 1 a 6 de Agosto] e a pré JMJ [de 24 a 31 de Julho]”, disse o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), Pedro Ribeiro, que terá, ainda, no seu concelho (Almeirim), a meio de Agosto, um acampamento com mais de 1.100 escoteiros.
Também presente na sessão de apresentação do DECIR para a Lezíria, o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, não escondeu a “surpresa” com a norma 15/2023 da DGS, que trouxe uma “preocupação acrescida, porque obriga a que estejam bombeiros, médicos e enfermeiros em eventos” e esses recursos não existem, disse, secundado por outros autarcas presentes. “Nas nossas festas populares juntamos muitos milhares de pessoas, pode ser complicado cumprir aquela legislação”, disse o autarca, salientando que a norma “pode pôr em causa festas populares de norte a sul do país”.
O comandante do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Lezíria do Tejo, Hélder Silva, afirmou que haverá uma reunião com os serviços municipais e a Diocese para se saber ao certo quantos peregrinos serão acolhidos na região, lembrando que, segundo os números que têm sido referidos, serão 30 mil pessoas “com actividade pendular diária, a ir de manhã para Lisboa e a voltar à tarde”.
“Se pensarmos que um autocarro leva 50, temos quase em linha recta autocarros daqui a Lisboa”, disse, reconhecendo que esta é “uma preocupação”, por vir “numa altura crítica, numa altura em que o dispositivo pode estar no seu auge de empenhamento”.
“É algo que nos está a preocupar e isto só nos leva a termos que articular cada vez mais o planeamento e a coordenação com os serviços municipais, os corpos de bombeiros e as autarquias, para potenciarmos o que temos para fazermos mais, mas, garantidamente, vamos ter que ter aqui algum reforço exterior. Se teremos que ir a Lisboa, alguém terá que dar uma ajuda”, declarou o comandante.
Hélder Silva referiu, ainda, a existência de “propostas de caminhadas de grupos de jovens, de escoteiros que iam atravessar matas e montar acampamentos”, advertindo para a necessidade de existir um “plano B” para colocar esses jovens, caso haja um estado de alerta e não possa estar ninguém dentro da floresta.
“Não basta dizer que vamos ter 100 pessoas que vão estar num acampamento, vão atravessar uma mata. De repente não podem. Onde os vamos colocar? Vai ser uma preocupação”, acrescentou.
A questão do alojamento em pavilhões e outros equipamentos que vão funcionar como abrigos temporários foi outra questão levantada, com Pedro Ribeiro a assegurar que não assinará nenhum documento que afirme que os espaços têm condições para alojamento.