Sociedade | 05-06-2023 07:00

Moradores de Alverca não querem pombais junto aos prédios

Moradores de Alverca não querem pombais junto aos prédios
Paulo e Célia Miranda, já reuniram assinaturas de mais de 70 moradores da zona contra o projecto de relocalização dos pombais de Alverca

Residentes no condomínio Terraços do Jardim e zona envolvente dizem que novos pombais vão ficar a pouco mais de 15 metros das suas habitações e exigem que a Câmara de Vila Franca de Xira cancele o projecto.

Os moradores do condomínio Terraços do Jardim, em Alverca do Ribatejo, não querem que a Câmara de Vila Franca de Xira coloque novos pombais num terreno situado nas traseiras do condomínio e apresentaram uma providência cautelar em tribunal para travar a obra e avançaram também com um abaixo-assinado.
Dizem os promotores do abaixo-assinado que os novos pombais ficariam a pouco mais de 15 metros das suas habitações e por isso mais de 70 moradores já subscreveram o documento, onde é exigido que a câmara pare de imediato com a obra - com conclusão anunciada para 28 de Julho - e que encontre soluções e locais alternativos para instalar os pombais.
Em causa está uma obra municipal de 86.593 euros de relocalização de dois pombais abarracados que hoje existem junto aos escoteiros de Alverca e na Rua do Outeiro para uma faixa de terreno junto às traseiras dos prédios do condomínio, de forma a integrar a aldeia columbófila da junta de freguesia que já existe nas proximidades e que tem duas dezenas de pombais. O objectivo é, segundo a câmara, acabar com dois pombais ilegais que estão a degradar o espaço público.
“Câmara esbanja o dinheiro
dos nossos impostos
a construir pombais”
“Uma obra de construção de pombais no valor de 86.600 euros parece uma anedota. Com tantas obras necessárias no concelho de VFX e com a crise que o país atravessa, a câmara esbanja o dinheiro dos nossos impostos a construir pombais. É surreal”, critica Paulo Miranda, um dos moradores.
Os residentes queixam-se de nunca terem sido ouvidos nem consultados pela câmara sobre a situação e lembram que os pombos são animais contra os quais a câmara e a junta também lutam constantemente. “Não queremos levar directamente com aquilo. Os pombos têm doenças, penas, dejectos, são os ratos da cidade”, afirma Célia Miranda, outra residente.
Diz quem vive no condomínio que os pombos prejudicam a saúde, provocando patologias do foro respiratório e auditivo e também encargos financeiros causados por entupimentos de algerozes e limpeza dos espaços exteriores. Na última reunião pública de câmara, os moradores usaram da palavra para pedir ao presidente da câmara que pare com a obra. “Será que prevalece o bem-estar dos pombos em prol do nosso e da nossa saúde? Os pombos são uma ameaça para a saúde pública e esta obra viola grosseiramente os direitos à saúde e salubridade dos munícipes”, criticaram.
O presidente do município, Fernando Paulo Ferreira, afirmou não ter sido ainda notificado da providência cautelar mas promete responder ao tribunal, não se comprometendo com o cancelamento da obra. “Pedem-nos que eventualmente mudemos totalmente o complexo dos pombos para outro lado. Compreendo, pode-se pensar, é uma situação bastante complexa e super cara levar os pombais para outro local”, lamentou, prometendo que os serviços municipais irão analisar o assunto. Os pombais da aldeia columbófila da junta de freguesia estão a ser usados pela União Columbófila de Alverca, que foi questionada sobre o assunto mas não respondeu até ao fecho desta edição.

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