Sociedade | 06-06-2023 07:00

Seis centenas assinam petição contra aumento da linha férrea em Alhandra e VFX

Subscritores da petição alegam que o projecto apresentado pela Infraestruturas de Portugal vai “arrasar” Vila Franca de Xira e Alhandra e pedem soluções alternativas. Ideia em cima da mesa obriga a demolir habitações, acabar com parte do jardim municipal, demolir a estação de Alhandra e desactivar a actual estação de VFX.

À data de fecho desta edição 623 pessoas já tinham assinado a petição online lançada por um morador de Vila Franca de Xira contra a actual proposta de quadruplicação da linha-férrea apresentada pela Infraestruturas de Portugal (IP). Endereçado aos deputados da região, o documento considera que as soluções apresentadas pela IP em Maio, que O MIRANTE noticiou, “arrasam” Alhandra e Vila Franca de Xira para ganhar quatro minutos de viagem.
“Aquilo que mais beneficiaria estas localidades seria um aumento da oferta de comboios ao fim-de-semana. Para a introdução de linhas de alta velocidade ainda menos sentido fará pois não iriam beneficiar nenhuma das localidades nem é normal que se coloque comboios de alta velocidade misturados com comboios comuns, aumentando o risco de acidentes”, refere o documento.
A petição alega que “uma destruição desta magnitude” é pura e simplesmente “uma loucura”. Em cima da mesa está, por exemplo, a demolição da estação de Alhandra, o abate de 160 árvores ao longo da Avenida Afonso de Albuquerque, a desactivação da actual estação de VFX, a destruição de parte do Jardim Municipal Constantino Palha e a reformulação de toda a zona do cais de VFX com a eliminação da actual passagem de nível.
Os subscritores falam em projectos anti-democráticos, ditatoriais e decididos unilateralmente revelando preguiça de quem os apresenta. “O desafio é difícil, mas a decisão de arrasar duas cidades para um ganho tão mínimo mostra desprezo pela vida dos cidadãos e incapacidade para pensar mais além do projecto em si. São duas cidades que nada beneficiarão com os comboios e ficarão permanentemente cicatrizadas”, lê-se na petição. Considerando o projecto um retrocesso, os subscritores notam que há alternativas que poderiam ser implementadas, como a construção de linhas separadas da malha urbana.

Não é possível enterrar novas linhas
Os responsáveis da IP haviam dito a O MIRANTE que enterrar as duas novas linhas não será possível no canal existente por falta de espaço. “Enterrar obrigava a ter um túnel com 7,5 metros de altura abaixo da quota actual e isso coloca um problema grave. Não temos espaço para construir ao lado do traçado existente e qualquer solução teria de ser no actual canal. Isso obrigaria a interromper a linha e todo o serviço durante a construção da obra. Não podemos interromper a Linha do Norte em nenhum momento. É o eixo vertebral do sistema ferroviário nacional”, explicou Carlos Fernandes, vice-presidente da IP.
Este é o estudo prévio para a solução a implementar, dado a conhecer para que os cidadãos possam dar contributos para melhorar a proposta, que pode ser consultada no site do município de VFX. Só depois haverá lugar ao projecto de execução, submissão para Avaliação de Impacto Ambiental e nova consulta pública. Se tudo correr como previsto a empreitada deverá ser lançada no início de 2025 com as obras a arrancarem no final desse ano.

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