Doenças do intestino continuam a ser tabu

Cátia Dias aprendeu a viver com uma colite ulcerosa sem medos.
Durante um mês, Cátia Dias passou noites em claro na casa-de-banho e os dias “dobrada no sofá” com dores abdominais, entre idas à urgência hospitalar. “Não é nada, é uma gastroenterite, ou foi alguma coisa que comeu” foram alguns dos comentários que ouviu antes de receber alta. A medicação que lhe era prescrita deixava-a ainda mais desconfortável. “Já não conseguia comer”, beber água causava-lhe náuseas e houve um dia em que contou as 12 vezes que foi à casa-de-banho.
A escalabitana, de 31 anos, recebeu ao fim desses 30 dias, e após se comprovar que estava a perder sangue, o resultado dos exames prescritos: colite ulcerosa, uma doença inflamatória do intestino que é crónica, que afecta primariamente o reto e se pode estender por todo o cólon, envolvendo apenas a camada mais interna do intestino e de forma contínua”, explica a gastrenterologista no Hospital CUF Santarém, Ana Lúcia Sousa.