Sociedade | 11-06-2023 07:00

Jornada Mundial da Juventude obriga a reforçar protecção civil na região

A Jornada Mundial da Juventude e a visita do Papa a Fátima no início de Agosto, em plena época de incêndios, aumenta a exigência sobre a protecção civil na região e pede-se reforço com meios de outros pontos do país.

A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo manifestou, em Tomar, preocupação pela “exigência” que será colocada à protecção civil da região pela coincidência da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) com o período mais crítico de incêndios florestais. “Estamos perante um ano, pelos dados que temos até agora, mais quente e de menor humidade do que 2022, e sabemos os incêndios que existiram no Médio Tejo nesse ano, e temos aqui uma situação acrescida que são as Jornadas Mundiais da Juventude”, disse Anabela Freitas à Lusa.
Para a autarca de Tomar, sendo os corpos de bombeiros e o número de efectivos “o que são”, vai ser “muito exigente para todos os agentes da Protecção Civil” conciliarem, “no período mais crítico de incêndios”, a JMJ, que acontecerá na semana de 1 a 6 de Agosto, com a presença do Papa Francisco já confirmada no dia 5 em Fátima, no concelho de Ourém.
Anabela Freitas disse que a operação para a JMJ se estenderá de 24 de Julho a 10 de Agosto lembrando que a região vai receber o Papa e que grande parte dos municípios são de acolhimento de milhares de peregrinos. “Os meios existentes no terreno, mesmo que não haja incêndios, não são suficientes para uma operação desta dimensão portanto vão ter de ser mobilizados de outros pontos do país para aqui”, afirmou.
As preocupações são idênticas na Lezíria do Tejo, onde também se espera contar com reforços nacionais na área da protecção civil nas duas semanas de concentração de pessoas que vão participar na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que ocorre no período crítico de incêndios. Na apresentação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para a sub-região da Lezíria do Tejo, que decorreu em Almeirim, a questão dos meios que serão alocados à JMJ, tendo em conta que o distrito de Santarém pertence a uma das três dioceses de acolhimento de peregrinos, foi reconhecida como uma fonte de preocupação, a par da norma da Direção-Geral da Saúde (DGS) que, no dia 10 de Maio, veio determinar a presença de bombeiros, médicos e enfermeiros em eventos que juntem mais de 1.500 pessoas.
“Além dos incêndios rurais, ainda temos a JMJ [de 1 a 6 de Agosto] e a pré JMJ [de 24 a 31 de Julho]”, disse o presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), Pedro Ribeiro, que terá, ainda, no seu concelho (Almeirim), a meio de Agosto, um acampamento com mais de 1.100 escoteiros.

Nova legislação vem acentuar preocupações
Também presente na sessão de apresentação do DECIR para a Lezíria o presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, não escondeu a “surpresa” com a norma 15/2023 da DGS, que trouxe uma “preocupação acrescida, porque obriga a que estejam bombeiros, médicos e enfermeiros em eventos” e esses recursos não existem, disse, secundado por outros autarcas presentes. “Nas nossas festas populares juntamos muitos milhares de pessoas, pode ser complicado cumprir aquela legislação”, disse o autarca, salientando que a norma “pode pôr em causa festas populares de norte a sul do país”.
O comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Protecção Civil da Lezíria do Tejo, Hélder Silva, afirmou que haverá uma reunião com os serviços municipais e a Diocese para se saber ao certo quantos peregrinos serão acolhidos na região lembrando que, segundo os números que têm sido referidos, serão 30 mil pessoas “com actividade pendular diária, a ir de manhã para Lisboa e a voltar à tarde”. “Se pensarmos que um autocarro leva 50, temos quase em linha recta autocarros daqui a Lisboa”, disse, reconhecendo que esta é “uma preocupação”, por vir “numa altura crítica, numa altura em que o dispositivo pode estar no seu auge de empenhamento”.

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