Só foram preenchidas três das 70 vagas para médicos de família no distrito de Santarém
Na Lezíria não houve nenhuma vaga ocupada e no Médio Tejo foram preenchidas duas em Torres Novas e uma em Fátima.
Das 26 vagas colocadas a concurso para médicos de família na Lezíria do Tejo nenhuma foi preenchida e das 37 destinadas ao Médio Tejo, apenas três foram ocupadas, revelou a Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo. Em comunicado, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) pediu, perante o resultado do concurso para colocação de médicos de família na região, “todos os esforços” para resolver a escassez de médicos em regiões carenciadas.
Segundo a CUSMT, das 37 vagas para o Médio Tejo, sete das quais carenciadas (com incentivos financeiros), apenas três foram ocupadas, duas delas em Torres Novas e outra em Fátima, todas por médicos que ali fizeram internato. “Não foi colocado nenhum médico em nenhuma das zonas carenciadas”, indica a comissão, dando os exemplos de Abrantes, Mação (cujo município aprovou também um incentivo de 2.000 euros mensais para médicos que quisessem trabalhar no concelho), Alcanena ou Ourém, “o que vem dificultar ainda mais as graves situações já existentes se não forem, entretanto, tomadas medidas extraordinárias”.
A CUSMT lembra que “tem vindo a defender a harmonização das formas de organização e das condições de trabalho valorizando a prestação de cuidados médicos de proximidade”. Entre as medidas que tem vindo a sugerir incluem-se, além dos incentivos, a criação de equipas específicas, médicos das Unidades de Saúde Familiar (USF) a prestar cuidados nas Extensões de Saúde, contratação de médicos estrangeiros e de prestadores de horas médicas.
“Sugere-se a todas as entidades (Administração Regional de Saúde, Agrupamento de Centros de Saúde, autarquias, representantes sindicais e ordens profissionais) envolvidas nas questões da saúde, que tudo façam para tentar resolver a situação no Médio Tejo e em outras regiões com carência de médicos”, pedem os utentes.