Há mais vítimas de violência doméstica no Médio Tejo
Projecto Maria II, promovido pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, registou mais de 1.500 atendimentos a vítimas de violência doméstica em três anos. Municípios prometem continuar a melhorar respostas e campanhas de sensibilização para um problema que afecta mais mulheres e crianças.
O projecto Maria II – Estratégia Integrada de Intervenção para a Área da Violência Doméstica e de Género no Médio Tejo, promovido pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (CIMT) e financiado pelo Fundo Social Europeu, apresentou os resultados de três anos de trabalho. Numa sessão realizada na quarta-feira, 31 de Maio, no Centro Cultural de Vila Nova da Barquinha, os responsáveis deram conta de um aumento quatro vezes superior à primeira edição do projecto.
O MIRANTE assistiu ao seminário intitulado “Respostas à Problemática da Violência Doméstica no Médio Tejo”, que contou com a participação de alunos e forças de segurança. No projecto Maria I, entre 12 de Abril de 2018 e 11 de Outubro de 2019, foram atendidas 386 vítimas, das quais 273 originaram respostas ao nível da promoção da segurança, capacitação e autonomia, nomeadamente com o encaminhamento de vítimas de violência para Casas de Abrigo. Sónia Santos, em representação da CIMT e das equipas de intervenção dos 13 concelhos do Médio Tejo, fez referência aos dados do Maria II, que se realizou de 31 de Dezembro de 2019 a 30 de Dezembro de 2022, e que reflecte o atendimento a mais de 1.500 pessoas.
Durante a sessão os responsáveis garantiram que as vítimas vão continuar a ter uma resposta qualificada. O trabalho de sensibilização para o problema também vai continuar a ser garantido por todos os técnicos envolvidos, nomeadamente através da produção e divulgação de materiais formativos, informativos e pedagógicos. Alguns dos trabalhos realizados por alunos e professores de Constância, Vila Nova da Barquinha e Mação foram partilhados durante o seminário. Os técnicos de apoio à vítima do município de Abrantes mostraram exemplos reais de um caso de sucesso e de outro em que a vítima voltou para o agressor. Os técnicos do município de Ourém admitiram que os desafios são cada vez maiores devido à multiculturalidade no concelho, onde se cruzam culturas e crenças diferentes.
Desde Março de 2022 que é dado apoio psicológico a crianças e jovens vítimas de violência doméstica através do RAP –Respostas de Apoio Psicológico- para Crianças e Jovens Vítimas de Violência Doméstica do Médio Tejo, que acompanha 35 crianças e jovens. Foram feitos 567 atendimentos, 58 reuniões, 134 atendimentos aos pais, 108 outras diligências e 29 encaminhamentos.