Menor foge de instituição e volta para a família depois de ser dado como desaparecido
Um rapaz de 14 anos fugiu do Lar dos Rapazes, instituição em Santarém onde foi acolhido por ordem do tribunal, e durante três dias ninguém soube do seu paradeiro. A mãe diz que o filho tem saudades de casa.
Um rapaz de 14 anos decidiu fugir do Lar dos Rapazes da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, onde se encontrava a viver por decisão do Tribunal de Família e Menores de Santarém, e durante três dias esteve a dormir numa carrinha de um familiar, em Vale de Estacas, sem que ninguém soubesse do seu paradeiro. O adolescente acabou por ser encaminhado para casa da sua mãe, na noite de domingo 11 de Junho, por pessoas próximas que o encontraram.
A mãe refere a O MIRANTE que o filho “tem fugido por estar farto de estar fechado” na instituição e por ter receio que o transfiram para um colégio interno. “Tem saudades de casa. Psicologicamente não está bem pois está revoltado”, afirma, explicando que o menor foi retirado à família por faltar às aulas com frequência.
Esta não foi a primeira vez que o rapaz fugiu do Lar dos Rapazes. De acordo com a directora técnica desta resposta da Santa Casa da Misericórdia, Ana Pedro, as fugas do jovem “são frequentes” e são sempre participadas à PSP, ao Tribunal de Família e Menores e à gestora do seu processo, entidades que agora terão que intervir para que o jovem regresse à instituição, o que na terça-feira, 13 de Junho, ainda não tinha acontecido.
Em casos em que os jovens oferecem resistência em regressar às instituições, poderá haver necessidade de ser emitido um mandado de detenção pelo Ministério Público. O juízo do Tribunal de Família e Menores pode, ainda, decidir por outra via deixando o menor entregue à sua família, caso seja entendido que incorrerá numa situação de perigo maior regressando à instituição, da qual já fugiu diversas vezes. Questionada pelo nosso jornal, a directora técnica do Lar dos Rapazes refere ainda que esta casa de acolhimento, onde residem actualmente 12 jovens, “não [é] uma instituição fechada”, que impeça os seus utentes de aceder à via pública.