Sociedade | 18-06-2023 07:00

Dedicar o tempo ao artesanato depois da reforma

Dedicar o tempo ao artesanato depois da reforma
Ana Paula (à esquerda) e a cunhada Maria Helena dedicam-se à venda de artigos religiosos criados à mão

As Festas do Foral, dos Toiros e do Fandango regressaram a Salvaterra de Magos. O MIRANTE falou com as artesãs Ana Paula, Isabel Folque e Zinha Villar Gomes, numa iniciativa que vive sobretudo das pessoas e das associações locais.

As Festas do Foral, dos Toiros e do Fandango dão primazia aos grupos e artesãos de Salvaterra de Magos. A edição deste ano teve a presença de várias centenas de visitantes que viram o que de melhor o concelho tem para oferecer ao nível do artesanato, gastronomia e música.
Ana Paula, 66 anos, e a cunhada Maria Helena, 80, viveram em Lisboa e estão há vários anos a viver em Salvaterra de Magos. Ana Paula era produtora de televisão na RTP e confessa que sempre teve jeito para a bricolage e decoração. O primeiro projecto juntas foram molduras pintadas à mão para emoldurar trabalhos em ponto-cruz, em 1978. O ponto-cruz era a moda da altura, em que as mulheres aproveitavam a hora de almoço do trabalho para bordar. O negócio acabou por passar de boca em boca e o sucesso culminou na profissionalização, com a aquisição de equipamentos como máquinas de corte. O foco actualmente é o artigo religioso e são abrangidas várias religiões, exemplos disso são os artigos expostos: santos, anjos, mas também árvores da vida e mandalas, embelezados pelas mãos das artesãs, que partem de figuras religiosas e criam toda a estrutura envolvente em materiais como a madeira e o vidro.
Ana Paula revela que fez uma colecção de mais de 100 figuras de Nossas Senhoras para pendurar na cama, na parede ou no frigorífico com íman. Ana Paula viveu em França e na Suíça e esteve em países como o Catar, tendo vivido na primeira pessoa os Jogos Olímpicos e as grandes competições de futebol. “Andava atrás de Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos. Viajar dá-nos uma noção da importância que tem a cultura local para cada pessoa”, refere.

Artesãs depois da reforma
Isabel Folque trabalhou a maior parte da sua vida no Serviço de Finanças de Almeirim e passou dois anos nas Finanças de Salvaterra de Magos. Reformou-se em Outubro de 2021 e abriu a loja online Lu Home, com a cunhada, Sofia Mota. O seu encanto pelo tecido chita é notório nos artigos que expõe: pendentes em chita para os varões dos cortinados ou portas, individuais com aproveitamento de restos de tecido chita, “saias” de tabuleiros ou tachos também em chita, mas há outras apostas: almofadas em tecido plastificado para a praia e bolsas para colocar óculos e telemóvel. A artesã explica que gostam de fazer coisas “baratas e inovadoras” e que tira inspiração da rede social Pinterest. “Trabalhei toda a minha vida com computadores e agora faço a gestão das vendas no Facebook”, refere.
Isabel Folque trouxe consigo a amiga artesã Zinha Villar Gomes, de 60 anos. Natural de Cascais, mas a viver em Almeirim, mudou-se quando casou e foi também depois de reformada, do Colégio Conde de Sobral, em Almeirim, que descobriu a veia do artesanato. Não sabe porquê, mas escolheu abrir um negócio de almofadas para jardim, talvez por serem um símbolo de conforto e ideais para as crianças brincarem em família.

Zinha Villar Gomes (à esquerda) e Isabel Folque foram de Almeirim de propósito para as festas

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