Sociedade | 19-06-2023 07:00

Câmara de VFX evoca riscos de segurança para deslocalizar palco do Colete Encarnado

Fernando Paulo Ferreira está a cumprir o primeiro mandato como presidente da Câmara de Vila Franca de Xira

Mudança do palco principal do Colete Encarnado continua a gerar debate na cidade. Vereador da Nova Geração pede criação de conselho consultivo para acompanhar preparação da festa no próximo ano. Presidente do município fala em preocupações com a segurança.

Vila Franca de Xira não pode comprometer a capacidade de socorro a quem vive no centro da cidade e é por isso que o município decidiu deslocalizar o palco principal dos concertos da Avenida Pedro Victor para o campo do Cevadeiro. Uma forma de reduzir os aglomerados de espectadores e dessa forma reduzir riscos de segurança.

O município está, no entanto, disponível para reavaliar a medida no próximo ano. A explicação foi deixada pelo presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira, na última reunião do executivo onde voltou a ouvir criticas dos vereadores da oposição e de um morador da cidade sobre a decisão.

“Mudar o palco foi uma obrigação de segurança para as nossas pessoas. Temos também de ter em conta as cada vez maiores exigências dos artistas em termos de dimensões do palco. A Protecção Civil e as autoridades policiais têm feito uma análise fina deste assunto e consideram que se passou de uma situação de risco para uma situação de perigo”, explicou o autarca. O município promete realizar uma conferência de imprensa para explicar melhor as implicações de segurança para o Colete Encarnado deste ano.

“O ano passado o número de pessoas na avenida Pedro Victor era tão grande que não havia condições de socorro. A festa é dentro da cidade mas há pessoas que vivem aqui, podem precisar de socorro e têm de poder ser socorridas. Não se tratou de uma vontade política de alterar as coisas só por querer”, garante o autarca.

Considerando que nas redes sociais “alimenta-se muitas conversas que não têm correspondência com a realidade”, o autarca promete que doravante passará a haver no início de cada ano uma conversa com os vários protagonistas da festa para avaliar as principais festas da cidade.

O vereador da Coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), David Pato Ferreira, defendeu que o Colete Encarnado “deve passar por mais rua e menos festival” e defendeu a criação de uma comissão consultiva da festa, composta por representantes dos vários actores da festa e cidadãos que se candidatassem rotativamente. “Serviria de órgão consultivo da câmara aquando da elaboração do programa e estrutura da festa em cada ano”, defendeu, notando que Vila Franca de Xira pode aprender com outras festas vizinhas como a Feira de Maio em Azambuja ou a Feira da Golegã.

“Se todos eles conseguem e nós estávamos a conseguir, o que aconteceu este ano para termos o Colete nas bocas do mundo e da cidade não pelas melhores razões”, lamenta.

Tal como O MIRANTE noticiou também os comerciantes do sector da restauração e algumas tertúlias da cidade estão indignadas com a deslocalização do palco principal da festa.

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