Mais mulheres nos Bombeiros Voluntários de Abrantes obriga a ampliar camaratas
O aumento de operacionais do sexo feminino nos Bombeiros Voluntários de Abrantes vai obrigar a ampliar as camaratas para mulheres.
As mulheres estão a tornar-se cada vez mais visíveis no quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes e o crescimento não deverá parar por aqui já que na última recruta, que vai a exame em breve, o rácio entre o género feminino e masculino está equilibrado. Actualmente o corpo activo é composto por 22 mulheres, mas os homens continuam a ser o dobro (44), num total de 66 operacionais.
Este aumento do número de bombeiras, de acordo com o comandante da corporação, António Jesus, vai levar à necessidade de aumento das camaratas femininas, o que representará custos para a associação. “Estamos a começar a ter já algum constrangimento”, disse em declarações a O MIRANTE à margem da cerimónia do Dia da Cidade de Abrantes, na qual os bombeiros foram homenageados (ver texto nesta página).
“É um reconhecimento do trabalho que temos desenvolvido em termos de associação nos últimos 10 anos e pelo esforço que temos feito para cumprir a nossa missão sempre o mais profissional possível”, afirmou relativamente à medalha de mérito que juntamente com o presidente da AHBVA, João Furtado, recebeu das mãos do presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Valamatos.
Além da ampliação das camaratas femininas, que começa a ser premente, António Jesus aponta outra necessidade: a aquisição de um novo veículo para desencarcerar vítimas, essencial para dar resposta a situações de socorro em acidentes rodoviários, nomeadamente na EN2 onde o número de sinistros com vítimas é mais elevado. “É uma viatura que tem mais de 20 anos e devido ao movimento e ao equipamento que temos de pôr nessa viatura está a criar-nos dificuldade”, sustenta, ressalvando que “não está em causa o socorro”.
Nesta corporação, a percentagem de bombeiros que são funcionários da associação e os que são voluntários é de 50-50 e a média de idades ronda os 30 anos. A última recruta passou as 30 inscrições e, desses candidatos, 15 foram seleccionados. Não se pode, por isso, afirmar que há uma crise de recursos humanos mas, alerta António Jesus, tem havido com o passar dos anos uma maior dificuldade, “transversal ao país, em arranjar quem queira ser bombeiro voluntário”. Em primeiro lugar, explica, porque o nível de formação é exigente e, em segundo, porque para isso é necessária “muita disponibilidade e tempo. Para quem trabalha por turnos é quase impossível conseguir terminar a recruta”.